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Alexis Tsipras |
Distinguia Locke entre o estado de natureza, estado de sociedade e estado de força. O primeiro é aquele no que os homes se guiam pola razão sem ter chefes comuns aos que apelar, e, em conseqüência, cada um pode tomar a justiça pola própria mão e cumpre, para com os infratores das normas, o papel de vigilante, fiscal, juiz, e executor do castigo, como por exemplo, na monarquia absoluta, na que o rei tem um poder omnímodo e em caso de conflito com os «súbditos», estes carecem duma instância superior e independente que o dirima. Por isso, esta monarquia ha que substituí-la por uma monarquia constitucional na que o monarca esteja submetido ás leis e nas que exista divisão de poderes, que para ele seriam o legislativo, executivo e federativo. Por outra parte, nas relações internacionais, os estados vivem num estado de natureza por não existir instituições internacionais ás que acudir em caso de conflito entre estados. A “força ou o propósito declarado de empregá-la sobre a pessoa doutro, não existindo sobre a terra um soberano comum ao que poda acudir-se em demanda de que intervenha como juiz, é o que se chama estado de guerra.
Hoje a UE rege-se por um estado misto entre natureza e força, entendida esta não num sentido de despregadura de armas com a finalidade de inferir a morte física aos outros em batalhas cruentas, senão de imposição coativa de normas aos mais débeis. Nesta crise interminável que estamos a padecer e sem visos de que se tomassem as medidas atinadas para atalhá-la, ao contrário do que aconteceu nos EEUU, como conseqüência da miopia europeísta da Sra. Merkel, ama coativa e impositiva de toda Europa, houve vários países que necessitaram ajuda financeira para poder financiar-se porque os mercados só lhe emprestavam a uns juros de usura, pola falta de confiança em poder recuperar o dinheiro. Para solucionar este problema tiveram que acudir a empréstimos dos estados vizinhos, entre eles Espanha, convertida em emprestadora e devedora, e de instâncias comuns européias, como a Comissão Européia, e internacionais, como o FMI, instâncias estas duas que, junto com o BCE, são os que conformam a famosa troika.
Estes apresentam-se como a salvadores dos países em apuros e decidem solucionar a situação desprestigiando os cidadãos dos países afetados e impondo umas condições leoninas, com cláusulas abusivas, que não só obrigam ao estado afetado a devolver o dinheiro, senão a cambiar toda a sua política econômica, sem conhecer a realidade dos países afetados nem atender as suas razões, e de acordo com os critérios dos emprestadores, entenda-se principalmente referido á teimosia teutônica da Sra. Merkel que reduziu os demais a meros comparsas, que atentariam contra o estado de direito dos cidadãos de qualquer dos países europeus membros. Suponhamos que um particular vai pedir um empréstimo a um banco numa situação em apuros, e este para atender a sua petição lhe impõe umas condições tales que alguns dos familiares não podem realizar determinados trabalhos com os que vinham contribuindo á caixa comum familiar, e, de resultas os pais carecem de ingressos precisos para dar de comer e formar aos filhos e netos. Neste caso familiar a legislação e, em conseqüência, qualquer juiz consideraria que ha que garantir uns recursos mínimos inembargáveis a todo um país para não condenar aos seus membros á morte por inanição, a doenças por não ter serviços sanitários, e a ter o futuro fechado por não ter a formação requerida para desenvolver-se num mundo tão competitivo e hostil. Isto é o que está a passar na Europa de hoje, com a cumplicidade dos governantes dos países afetados, dóceis discípulos da sua implacável mestre.
Agrava-se isto se se mantém uma atitude pertinaz e nem sequer se dá aprendido dos resultados nefastos das medidas exigidas, reconhecidos polos mesmos emprestadores, que somente produzem paro, miséria, e, o mais decisivo de todo de cara ao retorno dos empréstimos, um incremento galopante do endividamento galopante que lhe impede fazer frente aos seus compromissos ainda que quiser.
Esta política austericida está a produzir uma tremenda fatura, divisão e decepção na Europa, além de destruir as instituições democráticas. Como dizíamos num artigo anterior, hoje os únicos que têm autêntica democracia são os alemães e os seus comparsas nortenhos, mentes que os povos mais afetados pola crise sentem-se inermes para sair da sua situação e vem atônitos como o seu voto em urnas vale mui pouco porque as decisões vitais que lhe afetam se tomam em instâncias não submetidas ao voto popular. Abuso, puro abuso, infámia.
Falar de compromissos nesta situação não deixa de ser impróprio, porque o único que se lhe oferece aos povos é uma eleição entre uma solução mala ou o abismo, e sem a mais mínima igualdade entre os contratantes: emprestadores e prestamistas. Também no Estado espanhol os preferentistas e os que compraram uma vivenda com garantia da sua hipoteca assumiram compromissos, mas estes compromissos nestas situações de desigualdade e com cláusulas claramente abusivas, foram declaradas nulas de pleno direito polos juízes. Por conseguinte, também neste caso, não se pode falar de compromissos quando se trata lisa e lhanamente de imposições dos emprestadores, que os prestamistas se vem obrigados a aceitar pola sua situação de debilidade da que se aproveitam aleivosamente os seus teóricos benfeitores.
É evidente que Alemanha contribuiu decisivamente á prosperidade da Europa e a sua constituição como um polo de poder importante num mundo cada vez mais integrado, mas também é certo que Europa é vital para Alemanha, potência exportadora de primeira magnitude, porque lhe permite dispor dum mercado onde colocar os seus produtos em condições favoráveis. A sensação que um tem é que os governantes alemães anteriores compreendiam a situação e procuravam impulsar o barco europeu, mas a Sra. Merkel parece não compreender o projeto europeu e só se fixa no dinheiro que sai diretamente do peto dos seus concidadão, sem dar-se conta do que entra indiretamente. O projeto europeu ou é um projeto solidário e com medidas que permitam afrontar situações críticas, ou não é nada nem tem futuro nenhum. Neste momento, com as suas medidas está a acrescentar-se o descontento, a frustração e o pessimismo ante um barco á deriva.
Hoje a UE rege-se por um estado misto entre natureza e força, entendida esta não num sentido de despregadura de armas com a finalidade de inferir a morte física aos outros em batalhas cruentas, senão de imposição coativa de normas aos mais débeis. Nesta crise interminável que estamos a padecer e sem visos de que se tomassem as medidas atinadas para atalhá-la, ao contrário do que aconteceu nos EEUU, como conseqüência da miopia europeísta da Sra. Merkel, ama coativa e impositiva de toda Europa, houve vários países que necessitaram ajuda financeira para poder financiar-se porque os mercados só lhe emprestavam a uns juros de usura, pola falta de confiança em poder recuperar o dinheiro. Para solucionar este problema tiveram que acudir a empréstimos dos estados vizinhos, entre eles Espanha, convertida em emprestadora e devedora, e de instâncias comuns européias, como a Comissão Européia, e internacionais, como o FMI, instâncias estas duas que, junto com o BCE, são os que conformam a famosa troika.
Estes apresentam-se como a salvadores dos países em apuros e decidem solucionar a situação desprestigiando os cidadãos dos países afetados e impondo umas condições leoninas, com cláusulas abusivas, que não só obrigam ao estado afetado a devolver o dinheiro, senão a cambiar toda a sua política econômica, sem conhecer a realidade dos países afetados nem atender as suas razões, e de acordo com os critérios dos emprestadores, entenda-se principalmente referido á teimosia teutônica da Sra. Merkel que reduziu os demais a meros comparsas, que atentariam contra o estado de direito dos cidadãos de qualquer dos países europeus membros. Suponhamos que um particular vai pedir um empréstimo a um banco numa situação em apuros, e este para atender a sua petição lhe impõe umas condições tales que alguns dos familiares não podem realizar determinados trabalhos com os que vinham contribuindo á caixa comum familiar, e, de resultas os pais carecem de ingressos precisos para dar de comer e formar aos filhos e netos. Neste caso familiar a legislação e, em conseqüência, qualquer juiz consideraria que ha que garantir uns recursos mínimos inembargáveis a todo um país para não condenar aos seus membros á morte por inanição, a doenças por não ter serviços sanitários, e a ter o futuro fechado por não ter a formação requerida para desenvolver-se num mundo tão competitivo e hostil. Isto é o que está a passar na Europa de hoje, com a cumplicidade dos governantes dos países afetados, dóceis discípulos da sua implacável mestre.
Agrava-se isto se se mantém uma atitude pertinaz e nem sequer se dá aprendido dos resultados nefastos das medidas exigidas, reconhecidos polos mesmos emprestadores, que somente produzem paro, miséria, e, o mais decisivo de todo de cara ao retorno dos empréstimos, um incremento galopante do endividamento galopante que lhe impede fazer frente aos seus compromissos ainda que quiser.
Esta política austericida está a produzir uma tremenda fatura, divisão e decepção na Europa, além de destruir as instituições democráticas. Como dizíamos num artigo anterior, hoje os únicos que têm autêntica democracia são os alemães e os seus comparsas nortenhos, mentes que os povos mais afetados pola crise sentem-se inermes para sair da sua situação e vem atônitos como o seu voto em urnas vale mui pouco porque as decisões vitais que lhe afetam se tomam em instâncias não submetidas ao voto popular. Abuso, puro abuso, infámia.
Falar de compromissos nesta situação não deixa de ser impróprio, porque o único que se lhe oferece aos povos é uma eleição entre uma solução mala ou o abismo, e sem a mais mínima igualdade entre os contratantes: emprestadores e prestamistas. Também no Estado espanhol os preferentistas e os que compraram uma vivenda com garantia da sua hipoteca assumiram compromissos, mas estes compromissos nestas situações de desigualdade e com cláusulas claramente abusivas, foram declaradas nulas de pleno direito polos juízes. Por conseguinte, também neste caso, não se pode falar de compromissos quando se trata lisa e lhanamente de imposições dos emprestadores, que os prestamistas se vem obrigados a aceitar pola sua situação de debilidade da que se aproveitam aleivosamente os seus teóricos benfeitores.
É evidente que Alemanha contribuiu decisivamente á prosperidade da Europa e a sua constituição como um polo de poder importante num mundo cada vez mais integrado, mas também é certo que Europa é vital para Alemanha, potência exportadora de primeira magnitude, porque lhe permite dispor dum mercado onde colocar os seus produtos em condições favoráveis. A sensação que um tem é que os governantes alemães anteriores compreendiam a situação e procuravam impulsar o barco europeu, mas a Sra. Merkel parece não compreender o projeto europeu e só se fixa no dinheiro que sai diretamente do peto dos seus concidadão, sem dar-se conta do que entra indiretamente. O projeto europeu ou é um projeto solidário e com medidas que permitam afrontar situações críticas, ou não é nada nem tem futuro nenhum. Neste momento, com as suas medidas está a acrescentar-se o descontento, a frustração e o pessimismo ante um barco á deriva.
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