Anova é uma rara avis, um caso
singular, no panorama nacionalista periférico espanhol e quiçá também a nível
internacional. Em Marea, na que estava integrada ANOVA, atualmente em fase de
clarificação, apresenta-se dividida em duas obediências, a villarista, na que
desembocaram a maior parte das hostes da formação e que parece que se dotaram
duma coesão interna e um programa coerente de obediência galega, e a de
obediência beiro-sanchista, que pretende continuar dando tombos cara a
nenhures. Esta cisão de Anova não é nova, senão que vem precedida na história
da formação pola cisão, pouco depois da sua fundação, dos norieganos e os
cernistas, cisão que reproduzir-se-ia de novo em AGE, entre o sector de ANOVA e
o de EU (Esquerda Unida) que se saldou com a desaparição desta formação e a sua
substituição pola de En Marea, coligação que terminou também como o rosário da
aurora. Os que protagonizaram esta história não são o melhor referente de cara
ao futuro.
ANOVA
foi maltratada por Unidas Podemos de cara às eleições do 28/04/2019 que a
deixaram sem possibilidade de escano na província de Pontevedra, em benefício
de IU, o qual motivou que não se apresentasse às eleições ao Congresso. Assim
lhe paga IU a quem o ressuscitou como ator político no panorama galego, proeza
que lhe corresponde aos primeiros líderes de ANOVA. As eleições municipais do
26/05/2019 constituíram um duro varapau para os setores enfrentados, tanto o
liderado polos alcaides de A Corunha, Ferrol e Santiago como o liderado por
Villares. Nesta tessitura, o problema com o que se enfrenta ANOVA que rachou
com o setor de Villares, é: cara a onde caminhamos? Esta pergunta querem resolvê-la
este verão, mas os seus líderes já apontam algumas ideias ao respeito, sem ter
feito previamente uma análise séria do corretivo da cidadania à sua maneira de
proceder e às suas constantes rixas polo poder arejadas a través dos mídia. Não
tem sentido nenhum vir agora a dizer que têm o vinte por cento de apoio não só
no país senão nem sequer nas cidades que regiam.
Consideram
como prioritário rachar com o regime do 78 e, em consequência, lutar com os que
se aprestem a trabalhar nesta direção a nível estatal, ou seja, cara a Unidas
Podemos. Teoricamente não abandonam o soberanismo, mas na prática fica ferido
de morte. Implicar-se na transformaç4ao dum estado pressupõe que se aceita este
estado e, portanto, que o soberanismo é uma mera pose. É um claro erro de
perspectiva considerar que, polo facto de que no Estado espanhol se instaure
uma república, o problema galego deu um passo adiante cara a sua solução. Uma
República como a francesa continua, intensificada agora com Macron, a repressão
contra os povos que formam parte da República Francesa, como os corsos, bretões,occitanos,...
Logo, a solução não virá de por si da república, senão em todo caso duma
república determinada, duma república construída desde os povos e para isto
estes devem devir autoconscientes dos seus problemas e fortes para poder impô-los
a nível social. Por outra parte, parece uma jaimitada pretender derrubar um
regime que neste momento não amostra sintomas de debilidade apesar dos
problemas da enorme corrupção pestilente desde um pequeno partido periférico com
um cento de afiliados pouco mais ou menos. Ademais, é que acaso vai ser mais
decisivo na luta contra o regime do 78 ANOVA ou incluso Unidas Podemos que ERC
ou Junts per La Republica, PNV, Bildu, BNG, etc. que são partidos netamente
nacionalistas e que sabem a onde querem ir?
Dizem os dirigentes deste
partido que eles não estão para ser uma para mais do nacionalismo galego, ao
que parece que olham com desprezo, mas em vez de pata do nacionalismo galego,
convertem-se em rabo do nacionalismo espanhol de Unidas Podemos, um partido
unionista, que por necessidade da sua estratégia política deixará na cuneta às
primeiras de câmbio aos seus mini-sócios galegos. Hoje mesmo, 7-07-2019, acaba
de sair na imprensa que Unidas Podemos se compromete por escrito perante o PSOE
a ser bom rapaz e não discrepar da solução do deste partido do 155 para o
problema catalão, com o qual teríamos ao partido de ANOVA convertido indiretamente
em cúmplice da aplicação das políticas dos jacobinistas do 155 para o caso catalão.
O anterior não é um relato
exagerado nem de ficção, senão que o que passou já na legislatura anterior foi
que estes soberanistas de ANOVA atuaram de comparsas de Unidas Podemos no
Congresso dos Deputados, deixando a Galiza como um povo surdo e mudo nas Cortes
do Estado. A confluência de novo com este partido de âmbito espanhol volveria a
deixar sem voz e sem capacidade de decisão nenhuma a um minúsculo partido como
ANOVA, que parece que quer demonstrar que só nasceu só para fazer seguidismo do
unionismo rampante. Compromis pel País Valencià teve uma atuação muito coerente
e com voz própria, enquanto que En Marea terminou por marear a todos, deixando
sem voz aos seus próprios votantes, que esperavam que defendesse nas Cortes do
Estado propostas específicas para o nosso país.
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