Quem ia pensar que a humanidade
inteira ia estar num brete por um minúsculo organismo de entre 50 e 70
milimícrones, sendo um milimícron a milésima parte dum mícron, e este a
milésima parte dum milímetro, o qual indica que o milimícron é a milionésima
parte dum milímetro, Pois bem, um bichinho desse tamanho é o que tem acurralado
os maiores poderes militares da história, com um ingente arsenal militar que é
capaz de destruir a todos os seres viventes muitas vezes. Isto indica que as
armas que amontoam as grandes potências militares não são idôneas para combater
os maiores inimigos dos nossos dias do ser humano e doutros vertebrados; os
maiores inimigos não são os outros seres humanos, nem os outros povos, nem
muito menos os animais, senão os seres minúsculos que não podemos detectar com
os nossos órgãos dos sentidos, e que não se podem matar a canhonaços nem com
bombas atômicas, apesar de que a Trump lhe parece que elevando o gasto militar
a um quatro por cento do PIB, já tem todo solucionado. Isto só serve para
empobrecer a humanidade e fazê-la dependente das armas que fabricam os EEUU,
China...
Uma vez passada parte da
primeira investida desta pandemia já temos um grande derrotado, que é o
liberalismo econômico e político, que se condensa na frase: “laissez faire, laissez passer, La vie va de
lui-même” (Deixai fazer, deixai passar, a vida marcha por si mesma). Como
dizia Adam Smith, a economia é guiada por uma mão invisível que a conduz ao
melhor resultado, se se evitam as interferências exteriores, mão invisível que
se identifica com o mercado, convertido no grande fetiche da economia
capitalista. E tem razão, porque isto leva ao melhor resultado a curto prazo
para alguns, para os que manejam os fios do sistema: amontoam dinheiro a mãos
cheias e põem-no a bom recato em paraísos fiscais. Como vemos, funciona
formidavelmente, mas para alguns, enquanto que os outros se empobrecem. Por
algo Aznar dizia faz pouco tempo: se a gente não quer liberalismo, pois mais
liberalismo, que se resume bem na frase galega, “se não queres caldo, três
cuncas”.
Aos defensores deste sistema,
que lhes importa a ciência? Que lhes importa a investigação? Que lhes importa a
inovação? Que lhes interessa o câmbio climático? Que lhe interessa uma sanidade
pública e uma educação pública e laica para todos? Perguntem-lhe a Trump, a
Bolsonaro, a Vox, a Rajoy, a Aznar. Só interessa o que dá dinheiro a curto
prazo, o que os beneficia a eles e aos seus amigos. Os políticos espanhóis andaram
cacarejando que temos a melhor sanidade do mundo, e resulta que carece dos
meios elementares para proteger os seus médicos nem os seus cidadãos. Não tem
máscaras, não tem batas, não tem respiradores,... A troika e a Alemanha de
Merkel quiseram solucionar a crise financeira com recortes, e com uma falta
total de solidariedade com os países afetados. A consigna era: há que ser
austero, não há que gastar e sobre todo não há que gastar o que não se tem.
Resultado: recortes. No que se esmeraram Zapatero, Rajoy, Feijóo, Mas,... e
garantir ante todo que os acredores cobrem ainda que a população não tenha o
mínimo vital.
Além do pouco investimento no
público (sanidade, educação, residências de maiores, inovação,...) foi
derrotada também nesta crise a privatização dos serviços públicos, que se
traduziu em corrupção, falta de investimento, falta de preparação e
desumanização. Aos que assumem o controlo destes centros só os guia o interesse
crematístico imediato. Descende a preparação dos trabalhadores, os salários e a
falta de interesse por oferecer um serviço de qualidade. A ideia diretriz é:
invisto dinheiro para obter mais dinheiro. O coronavirus cevou-se com os
maiores, nomeadamente com os que vivem em residências, que representam o
quarenta por cento de todas as mortes por esta doença, delatando a falta de
preparação dos cuidadores e, muitas vezes, a sua pouca humanidade e maus tratos
dos velhinhos e velhinhas, culpa que não é atribuível prioritariamente aos
próprios trabalhadores, senão aos que dirigem o negócio, porque não se podem
ter trabalhadores implicados com baixos salários, precariedade laboral, falta
de planos de formação, etc.
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