1.- Castelao, símbolo de Galiza
O novo rei Felipe VI, citou a catro escritores das
culturas diferenciadas do Estado espanhol: o escritor em castelán, o sevilhano
Antonio Machado (1875-1939), representante da geraçom do 98; o catalám Salvador
Espriu (1913-1985), símbolo da fidelidade á sua terra e voz do pobo de
Catalunya; o celebrado escritor vasco Gabriel Aresti (1933-1975); e o imenso e
polifacético Castelao, o home máis grande nacida na Galiza, símbolo da terra,
encarnaçom dum ideal ético e de entrega e fidelidade ao país. Embora que hai
aspectos da obra do rianjeiro que podem e devem ser superados, o que nom pode
ser superado é o espírito co que se escrebeu e a fidelidade e entrega ao país que
tanto amaba e polo que entregou toda a sua vida.
1.-
Castelao, símbolo de Galiza
2.- Evoluçom desde
o Monarquia da Restauraçom á República federal
2.1.- O
Castelao monárquico
2.2.- Accidentalidade das formas de Estado
2.3.- Etapa
de militancia republicana
2.3.1.- O cesarismo unitario dos Austrias e Borbons
2.3.2.- A república autonomista
2.3.3.- O lene republicanismo dos republicanos
2.3.4.- O centralismo como problema
2.3.5.-
Superçom da república unitária
2.3.6.- Violaçom das liberdades polo absolutismo monárquico
2.3.7.- Oposiçom á restauraçom monárquica
2.3.8.- A república e Galiza como prioridades
2.3.9.- Instauraçom dumha democracia republicana
2.3.10.- Fracasso da política monarquizante
2.3.11.- Conivência dos vascos co contubérnio monárquico-republicano
de Prieto
2.4.-
Valorizaçom dos diversos reis espanhois
2.4.1.- Asmonarquias sueva, galaico-astur e borgonhona
2.4.2.- A dinastia de Trastámara
2.4.3.- Os Austrias
2.4.4.- Os Borbons
3.- Conclusom
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Parécenos bem que o Rei cita-se a Castelao sempre que
isto implique a assunçom do seu projecto vital e político e se caminhe na senda
que el trazou, totalmente viável numha nova configuraçom política, tan
necesaria! do Estado espanhol, e nom seja somente umha utilizaçom interesada
dum símbolo da nosa terra em benefício dumha institución corrupta e caduca, coa
finalidade de consolidar-se no trono. O poder político caracteriza-se por ser
devorador dos símbolos, do éxito e do reconhecimento social em beneficio
proprio e sem escrúpulos nem remordimentos de nengumha clase. É esclarecedor o
intento de Feijoo de apropriarse da obra do rianjeiro, ao tempo que desenhava
um plano para debilitar a lingua nacional galega. As obras diran-nos se o
entronizado Felipe actúa ou nom em consecuência e nom só cita autores queridos
nestes povos negados, senón que utiliza plenamente tamén a lingua propria
destes países, polo menos cando os visita e nom se limita a fomentar a diglosia
repetindo algumha frase nelas para ganhar alguns titulares de xornais. Mais
isto implica moito máis que a lingua, pois tamén deveria afectar á configuraçom
do Estado espanhol para convertelo num Estado federal auténtico e nom só de
nome, como pretendem o PSOE e UPyD.
2.- Evoluçom desde o Monarquia da Restauraçom á República federal
A política foi um tema continuamente recorrente na
actividade do «noso genial artista», já a partir do ano 1910 em que participa
na fundaçom do semanário satírico conservador rianjeiro El Barbero Municipal,
em defesa do bando do seu pai, Mariano Rodríguez Dios, chefe da casa Mariano,
enfrentado com o sector liberal, representado em terras de Rianjo polo cacique
Viturro, apoiado nas alturas polos Gasset: Rafael Gasset e José Ortega Munilha,
tío e pai respectivamente de José Ortega e Gasset. Neste artigo imo-nos cinxir
á evoluçom do pensamento de Castelao verbo do tema monarquia-república.
Castelao evoluiu desde um posicionamento monárquico e
conservador a um posicionamento republicano e progresista. Podemos distinguir
tres etapas no posicionamento político de Castelao, a respeito do tema que nos
ocupa. A primeira é a etapa monárquica, que se estende até 1916, em que
ingressa nas Irmandades da Fala. A segunda, de inclinaçom pro-republicana mais
dentro da consideraçom da accidentalidade das formas de Estado, e, por
conseguinte, dumha assunçom passiva da República, que dura até o ano 1933; e a
terceira, de 1934 para 1950, é umha etapa de combate em pro da República, como
forma única de Estado respeitosa com as diferenzas nacionais.
O termo antitético de monarquia nom é para Daniel a
república senón a república federal, pois a república unitária é tamém
desconhecedora das realidades vivas que respondem aos imperativos da natureza e
da historia, como som os povos, e só a república federal respeita os factos
diferenciais e, por tanto, os direitos dos individuos e dos povos. A soluçom
para o problema español reside na igualdade dos povos. “Os galegos sempre
pensamos em resolver os problemas privativos de Galiza dentro do Estado
espanhol, dentro dumha Espanha que seja, por igual, o acorro de todos os povos
peninsulares, sem privilégios nem servidumes”1. No ano 1943 critica precisamente a
República de 1931 porque regalava liberdades aos homes intolerantes e frente
aos povos mantinha-se usurpadora e absorvente2. Se “o individuo tem dirreito a preservar a
sua alma, que é a sua liberdade, nom cremos que o Estado poda exigirlhe a um
povo o que nom deve esigirlle aos individuos que o componhem”3.
No ano 1943 opina que se a soberania tem límites ante os direitos naturais da
persoa humana, tamém deve telos ante os direitos naturais dos grupos
diferenciados, ou seja das nacionalidades4. A Constituiçom
estabeleceu garantias do home frente ao home e ao Estado, mais esqueceuse de
organizar as garantias das regions frente ás outras e ao Estado. A soberania do
home deve reflectir-se num poder do Estado, a Cámara de Representantes ou o
Congreso, e a soberania das naçons deve reflectirse num segundo poder do
Estado, a Cámara das Nacionalidades ou Senado5. O sistema politico
acaído para compaginar ambos direitos, sem incorrer no submetimento e a
escravatura, é o federalismo auténtico concertado entre as naçons do Estado que
souberom conservar ao longo do tempo as súas características, o seu facto
diferencial.
Esta grande sensibilidade polos direitos humanos,
tanto individuais como colectivos, sem parangóm noutros autores espanhois da
época e inclusive da actualidade, é o que mantém vivo o seu pensamento aínda na
actualidade e o fai aínda atractivo para os novos tempos e as novas geraçons.
Canto um le un texto de Ortega, Juliám Marias, Unamuno, etc. Um decátase que
nom apelam ao home de hoje, cousa que nom acontece cos de Castelao, que é o
referente dunha ética actual embora nom totalmente explicitada, como é lógico.
Considera Castelao que pode surgir un novo refinamento moral que acabe com a submissom
duns povos por parte doutros, ao igual que os moralistas do século XIX se
puxerom de acordo em abolir a propriedade duns individuos sobre outros. “pois
se os moralistas e lexisladores do século XIX se puxerom de acordo para
abolirem a propriedade dos homes sobre os homes é lógico esperar que umha nova
moral política acabe algum dia coa propiedade dos povos”6. Umha democracia
plena exige que se respeitem os direitos colectivos. “Por iso estimamos que
nom hai democracia completa onde os povos nom sejan tam sujeitos de direito
como som os homes”7. Nom concordamos, porém, com o nosso
autor na justificaçom dos direitos, tanto individuais como colectivos, que el
fundamenta no naturalismo ético, por considerar que a natureza é indiferente
aos direitos e que tanto se pode utilizar para justificar uns direitos como o
seus contrários. Cremos que hai que basealos na aspiraçons éticas humana a umha
vida de igualdade, liberdade, solidariedade e paz entre os seres humanos.
2.1.- O Castelao monárquico
Castelao criou-se num ambiente conservador -seu pai
era o chefe local dobando conservador de obediência maurista- e monárquico. O
crego de Rianjo puxolhe por nome Afonso em honor ao concebido mais ainda nom
nato Afonso XIII. Na sua casa pervivia o eco popular do fracasso da primeira
República, como o demostra o facto, testemunhado por Daniel, de que que a sua
avoa quando se "anoxava polos desarranjos e barulhos que eu armaba na
casa, sempre dizia o mesmo: «¡Isto é umha República!»"8.
No mes de junho de 1910, umha vez terminada a súa etapa madrilenha,
teoricamente com a finalidade de fazer o doutoramento em medicina, retorna a
Rianjo onde comeza a atender aos doentes, atençom que prestará, por espaço de
quase cinco anos, com grande desinterese e generosidade no caso das persoas de
modestos recursos, que lhe correspondem com o seu afecto e carinho.
A finais de xunho do 1910, funda, junto com Eduardo
Dieste, e Ramon Rey Baltar, aliás «Verduguilho», o semánarioconservador e
maurista9,
El barbero municipal, que tem como direitor ao notário eclesiástico, D.
José Arcos Moldes; responsável das funçons literárias a D. Eduardo Dieste,
irmán de Rafael Dieste; e das administrativas a D. Afonso Rodríguez Castelao,
que ademais colabora nas tarefas de redacçom, nas que assina a secçom de
«Guisados de mostaza» com o pseudónimo de «Miquis», e debuxa estampas, com
influência principalmente goiesca, nas que combate o caciquismo liberal tanto
rianjeiro, especialmente de Manuel Viturro, mais tamem das altas esferas espanholas. Do
Castelao vintaneiro, di José Antonio Durán, que "é um barbeiro10
da luta rianjeira, filho dumha familia católica, conservadora e monárquica;
colaborador dum semanário conservador, inbuído no pensamiento de Maeztu e na
ideologia de Maura; está inserto num mundo galaicista onde o peso do
tradicionalismo militante é claro. ..."11.
A ideologia do semánario era a típica conservadora do
momento no ámbito tradicional espanhol, e daí que estám a favor da "Espanha
heroica e santa de Pelaio, de Sam Fernando, de Isabel a Católica, de Filipe II,
de todos os piadosos reis que elevarom a nossa naçom ao máis alto grao da
gloria e da prosperidade mediante a protección da Cruz"12.
Identificam conservadores com "amantes da Justiça, da sua pátria e do
seu Rei"13. O contexto político era o dos partidos
turnantes; e eles atacam com dureza aos radicais, considerados como a extrema
esquerda institucional, julgando a socialistas e anarquistas, como a esquerda
antisistema, e á «Institución Libre de Enseñanza» como origem das tendências
laicistas e republicanas, que eles rejeitavan. Porém, certas leituras e
preocupaçons que amostra Castelao a esta altura propiariam um giro decisivo na
sua cosmovisom. O 5/08/1911, insire El Barbero Municipal um artigo seu
assinado por «Asieumedre», no que pom em boca de Pedro de Aldám, fidalgo de
Taboexa, umhas palavras dirigidas ao Senhor de Guimarei, que concordarám
plenamente com o que el defenderá máis tarde: "Sodes como os demais
nobres e fidalgos desta terra, vítima da ignorância, do desconhecimento da nosa
história, das verdadeiras necesidades da Galiza, do que nos convén para o noso
porvir, e coidades que nesta guerra devemos tomalo partido do-Rei Filipe. ¡Como
esquencedes, ... esta terra que tantos desleigamentos e aldraxes sofre dos
orgulhosos castelhanos! Portugal é mui semelhante a Galiza, falam a mesma
língua, tenhem os mesmos costumes, e por tanto as mesmas leis. Portugal é
sangue do noso sangue, vida da nosa vida. Os seus trovadores, os seus grandes
poetas, a masa do povo, encenderom a sua alma no mesmo verbo que Deus nos
deixou em herdo. Nom
sabedes, meu nobre parente, que estades forxando os grilhons de cadea que tem
de escravizar para sempre a nosa pátria, que despois verá os seus costumes, a
sua fala, as suas leis, todo canto é seu, aldrajado, perseguido por gentes que
nos desprezam muito, que vós bem sabedes. Os reis de Castela governam as
Espanhas a estilo estrangeiro, que tan mal quadra para defesa e conservaçom das
nosas liberdades. As causas que erguerom a espada dos irmandinhos repítense
hoje com mais gravidade, sem que os filhos da terra volvam polo seu honor. ...
¡Eu tenho que ouvir a voz da razom, que me di que Portugal é noso irmám e que
com el devemos viver baixo das mesmas tendas!. ¡Nom fagamos que outro poeta
lusitano do porvir tenha razom, como a tivo Camoens, ao dirigirnos reprimendas
que nos envergonhem, despertando um remordimento decote duro e merecido!"14.
A partir de agosto de 1911, dá-se nel umha inflexom
cara ao agrarismo de «Acción Gallega», que tem em Basílio Álvarez ao seu líder
máis destacado, passando a defender um redencionismo moderado. Com todo, mantém
os seus posicionamentos básicos conservadores e monárquicos, como se reflite na
suas colaboraçons no semanárioconservador e no facto de que no ano 1914, colabora
numha monografia de Luis Anton del Olmet em homenaje ao Rei Afonso XIII, junto
com Sofia Casanova, Rey Soto, Lisardo Barreiro, Azorín, Ramon y Cajal,
Benavente, Unamuno15.
2.2.- Accidentalidade das formas de Estado
Na década dos vinte, Castelao alude á Monarquia
nalgumha das súas vinhetas, mais nom se manifesta nelas umha tomada de posiçom
clara sobre o tema. Assi, numha vinheta de A Nosa Terra, do 15/06/1920,
que reproduz outra similar anterior a 1915, com meninos como protagonistas e
que oferecem como resposta «azucre», um menino pergunta que comerá o rei,
contestando-lhe o seu companheiro que comerá roscas. Ou seja, que o rei seria
visto polos pequenos como um ser distante que vive umha vida regalada, com umha
dieta distinta dos dos demais mortais, umha dieta de larpeiradas. Na vinheta
«Contrastes», publicada em Galicia de Vigo o 17/01/1923, umha menina,
rodeada de regalos de reis, suscita a enveja dum companheiro com a seguinte
frase: "- A ti no te pusieron nada los Reyes porque tu papá es republicano. ¿sabes?", jogando com a identificaçom de monarquia com os
Reis Magos e quizais mesmo com clientelismo político. O menino é de clase baixa, mentres que a menina é de clase media e exprésase em espanhol, o qual eram os de clase baixa os que estavam máis insatisfeitos com a chefia do Estado, ao tempo que as clses medias se amostravam condescendentes a este respeito. A interpretçom do contido desta vinheta é ratificada por outra de data 21/04/1923, na que conversam dous maiores de posiçom acomodada e um deles di-lhe ao outro: "Yo soy republicano", ao que lhe responde o segundo: "¡Caramba! Pues entonces no es Vd. tan joven como parece". O qual indica que indica que se un maior di que é republicano entom isto somente pode referirse aos tempos da primeira república, e se se manifesta isto em 1923 tem que tratar-se dumha persoa maior. Numha terceira, com o
título "Lérias de cocinha", publicada o 4/02/1923, no jornal Galicia,
um velho pergunta-lhe a outro, tamém paisano labrego: -E o rei saberá que os
ministros juram em falso? Nela problematiza-se a discordância entre as
promesas juradas dos ministros e as realizaçons prácticas; com a complicidade
da monarquia?. Na titulada "Inocentadas", publicada no mesmo jornal
vigués o 21/04/1923, conversam dous homes de posiçom acomodada, um deles
delgado e com pinta de intelectual e o outro grosso e com pinta de burgués; um
deles di-lhe ao outro: -Eu som republicano, e o segundo contesta-lhe: -¡Caramba!
Pois entom nom é vocé tan jovem como parece, com o qual parece aludir a que
o republicanismo era próprio dumha época já afastada, em referência ao último
terço do século XIX.
O dia 25 de setembro de 1930 celebrou-se umha reunióm
de personalidades galegas no Pazo de Barrantes, em que assinarom um documento,
denominado «Pacto de Barrantes», no que em velada alusom á monarquia, declaram
"a nossa absoluta incompatibilidade frente a todas as hegemonias e
regímes políticos que nom emanem da soberanía popular"21.
Castelao é um dos assinantes deste Pacto, junto com Otero Pedraio, Cabanilhas,
Basílio Álvarez, Paz Andrade, etc.
O 14/04/1931,
Francesc Maciá proclama o «Estat Catalá». Um pouco despois das cinco da tarde o
rei assina o documento de renúncia ao trono e apresta-se a abandonar Espanha. O
6/05/193124,
publicou o Semináriode Estudos Galegos um anteprojecto de Estatuto, elaborado
por umha Comissom formada por Risco, Valentim Paz Andrade, Alexandre Bóveda,
Lois Tobio e Ricardo Carvalho Calero, o máis ambicioso de todos os que se
elaborarom durante a II República. Risco, juntamente com Otero Pedraio,
convertem-se nos líderes máximos do «Partido Nazonalista Republicano Galego de
Ourense».
Do anteproxecto de Estatuto do SEG, Castelao salienta
o seu primeiro artigo: "A Galiza é um Estado libre dentro da República
Federal Espanhola"25.
O 28/06/1931 Castelao é elegido
deputado por Pontevedra para as Cortes espanholas. Conta José Sesto, que "Quando
as Cortes Constituíntes da República, paréceme que ja o primeiro día, ergueuse
para pregar que sacaram do Salom de Sessons as estatuas dos chamados Reis
Católicos que alí se erguían. Juliam Besteiro, tamén galego, perguntoulhe:
-¿Pode S.S. dar razons para a sua petiçom?. Castelao contestou: -Nom, para
nada. É um asunto particular e privado que eu tenho pendente com eles"26.
2.3.- Etapa de militancia republicana
2.3.1.- O cesarismo unitario dos Austrias e Borbons
Num mitin celebrado em Maside, o 8/05/1932, afirma
Castelao que os galeguistas forom sempre republicanos, “mais nom
considerarom necesário el dize-lo em todo momento, porque para eles a República
nom é um fim, senom um meio. Somos republicanos como somos partidários do
sistema métrico decimal. Se num comércio medem por varas e medem bem e noutro
medem por metro e o fan mal, nós compraremos no que medem á velha. Mais com a
República nom veu a nosa libertaçom e hoje só nos queda a esperanza. Acostumam
pintar a República como umha mulher farpantona com um leom aos pés, como se for
umha domadora. Eu pintaría a República como um arborinho débil, sustido por
estacas. A veces a árvore seca- se e prendem as estacas. Quiçá lhe ocorra isto
á nosa e se converta em Ditadura”29. A esta altura, declara-se ja
abertamente republicano, mais aínda na órbita da accidentalidade das formas de
governo. O esencial é a libertaçom de Galiza, e para a consecuçom deste
objectivo, sempre será máis propícia a República que a Monarquia, e daí a sua
preferência por manter o réxime republicano. Este ano significa um ponto de
inflexom cara a umha declarada militança em prol da República.
No Programa de
acçom para os grupos galeguistas, aprobado na II Assembleia do Partido,
celebrada em Santiago os dias dez e once de dezembro de 1932, estabelece-se no
seu apartado «II. Galiza, povo autónomo», o seguinte: "O Partido
Galeguista defende pois, o reconhecimento da personalidade jurídica de Galiza
para a sua autodeterminaçom política, sem que isto poda representar um
quebrantamento da solidaridade que nos avencelha natural e libremente com o
Estado Espanhol, dentro do regime republicano, garantia das nosas liberdades e
da democracia da nosa política"30. Propom-se aos
grupos que defendam as "instituçons de democracia política,
especialmente da forma de Governo republicano, como garantia de atingir a
liberdade do noso povo"31.
O 2/04/1933, Castelao participa, junto com o deputado
catalám de Esquerra, Riera i Punti, e vários lideres aneuvistas: Arrien,
Urrengoetxea e Basterra, num mitim de «Acción Nacionalista Vasca» (A.N.V.) no
frontom «Euskalduna» de Bilbo com motivo da inauguraçom da Casa Basca
(Eusko-Etxea), no que o dirigente de Esquerra Riera i Punti lançou a ideia de
renovaçom do pacto da Tripla Alianza de 1923, acolhida favoravelmente tanto por
parte de Arrien como de Castelao. Este pronunciou um emotivo discurso no que
exaltou a funçom da língua, equiparou a monarquia com centralismo e república
com autonomia, "os republicanos que nos combatem a nós som monárquicos
disfarzados ..., som viuvos da monarquia e casados em segundas núpcias com a
república32". Termina o discurso repetindo umha
ideia que já defendera Vicente Risco, que atribuia, em 1920, o afogamento das
nacionalidades ibéricas polo imperialismo castelhano ao centralismo monárquico
que iníciam os Reis Católicos e culminam as Cortes de Cádiz33:
"Desde que reinarom em Espanha as dinastías estrangeiras dos Austrias e
dos Borbons, importadores do cesarismo unitario e centralista, que veu romper a
verdadeira tradiçom da península ibérica, os espanhois nom puderom sentir-se
identificados com a missom histórica da monarquia, porque a política dos reis
tinha por fim a doma e castraçom da vontade popular, porque a violência dos
Austrias e dos Borbons tinha por objecto afogar a libre respiraçom de espírito
agrilhoando melhor assi as liberdades colectivas e o espírito popular. Mais o
republicanismo, traducido literalmente do francés, apesar do sea simpático amor
ás liberdades individuais, tampouco chega á consciência popular, porque nom
enche os anseios democráticos dos homes da península"34.
O 23/05/1933, interveu nas Cortes do Estado sobre
diversos problemas que afectam a Galiza: caminhos de ferro, estradas,
caciquismo e Estatuto de Autonomia e terminou lamentando-se de que o Ministro
de Facenda, "ao contestar aos discursos nom tivo sequer a bondade de
fazer alusom ao meu como se eu me tiver dirigido ás estatuas deses reis
católicos, que ja me estám molestando, no retábulo presidencial"35.
Em dezembro de
1933, os socialistas lançam duros ataques contra o Partido Galeguista e os seus
principais dirixentes, motivados por umha certa indefiniçom nos seus
posicionamentos sobre a forma de Estado. De Castelao dim que é "bom
artista, mais nada máis. Politicamente jamais actuou. Actúa agora dentro do
Partido Galeguista. ¿Republicano? ¡Ah! el nom sabe. Nom sabe se é republicano
ou monárquico. A él só lhe interesa saber que é galeguista. O demais a posiçom
política, deve ser para el algo insignificante quando nom sabe se é republicano
ou nom. Claro que os factos sempre evidenciam o que um é. E os factos provarom
até aquí que Castelao é inimigo da República... Encontramo-nos com Otero
Pedraio. Como os dous primeiros galeguista. A sua significaçom política é, ao
igual que Castelao ignorada"36.
Em maio de 1934, critica as greas patrioteiras de
«Acción Popular», que forom ao Escorial a "remexer o bandulho que
tragou as energias acumuladas da Península. Forom a invocar as somas dos reis
estrangeiros que causarom a ruína e a decadência das nacionalidades hispánicas
para rebaixar o Estado á parva categoria de abstracçom momificada. Alá forom a
fozar nos tópicos da falsa historia. Forom a resucitar tempos abolidos e a reviver
a política suicida que fixo de Espanha umha potência subordinada"37.
O domingo 22/06/1934 tem lugar um importante mitim no
Teatro Rosalia Castro da Corunha no que intervinherom Plácido R. Castro,
Álvarez Galhego, Castelao, Bóveda Gómez Román. Nel o político rianjeiro
combateu o sistema centralista, que, importado em «Espanha» por duas dinastias
estrangeiras, é o que se opom ao triunfo da democracia e da liberdade38.
2.3.2.- A república autonomista
O domingo, 8 de julho de 193439,
tem lugar outro mitim em Ourense no que participa "o nosso genial
debuxante", Castelao, junto com González Salgado, Álvarez Galhego,
Bóveda e Gómez Romám. Castelao fai umha valorizaçom das noçons de monarquia e
república. "Monarquia é igual a monotonia, unidade, absolutismo. A República
é variedade, liberdade, autonomía, democraza" (sic)... A primeira
República morreu por ser centralista, contra o criterio de Pi i Margall que nom
foi escuitado cando dizia que era preferível umha Monarquia federal a umha
república unitária. A segunda República estivo a piques de cair no mesmo erro,
apesar das promesas que se fixeram e do espírito republicano popular do 14 de
abril, que plasmou no feito de que a bandeira da República nom seja a que
Lerroux levava no sombreiro. A unidade de Espanha é só umha ficçom oficial, que
o unitarismo é incapaz de manter"40. Suscitou o tema do
federalismo nas Constituintes Otero Pedraio e quando todos se dispunham a votar
favoravelmente, por indicaçom de Alba volverom-se atrás. Impediu que fosse
federal o pantasma da soberania levantado polos juristas castelhanos, mas
conseguiu-se polo menos que fosse autonomista. "Graças a iso, nom temos
ja novamente reinando a um Borbom, ainda que como estám ponhendo os falsos
republicanos históricos, fóra de Catalunya, nom pasa dumha República
monarquizada na que se descobrem os picos da coroa"41.
Afirma que os pactos de Lestrove e Sam Sebastiám quedarom sem cumprir polo que
di respeito a Galiza e disso derivam-se todos os males que sofreu a nossa Terra
e tamém o facto de que Galiza nom seja, como Catalunya, outro baluarte da
República42.
2.3.3.- O lene republicanismo dos republicanos
Em setembro de 1934 critica aos republicanos
históricos, quiçá os mesmos que denomina repetidas veces como viuvos da
monarquia casados em segundas núpcias com a república, pola sua falta de
convicçons republicanas. Eram republicanos de Riestra em Pontevedra,
republicanos de Bugalhal em Ourense, ... e tinham como sumo pontífice a
Lerroux. Nom forom estes os que trouxerom a República, senom que a trouxerom
"os profesores e mocidades universitarias, as oganizaçons de trabalhadores,
os políticos desenganados e os cidadáns feridos pola ditadura. Cumpre dizer que
a opiniom trasumante ajudou a derrubar a monarquia, ja podre e revelhida"43.
Estes republicanos, que colaboravam com os monárquicos numha oposiçom
arbitrária e convencional, forom os que se apoderarom do Governo da República.
Agora buscam umha ajuda dos monárquicos que se prestem a colaborar na oposiçom.
"Eles comprometen-se a seguir a política de parches e de remendos, e a
nom estrenar jamais um traxe novo, tal e como se vinha practicando nos
derradeiros tempos da monarquia. ... Velahí como os monárquicos reconhecerám o
novo regime e como se «ensanchará» a República de Lerroux"44.
As forças da oposiçom, que nom seguem a dinámica dos republicanos históricos e
dos monárquicos ilusos, som Catalunya, Euskadi e Galiza, que "defenderám
as esências da República para defender o seu espirito, a sua economía e a sua
libertade. ... A verdadeira República virá"45.
Em 1935 critica aos senhoritos reaccionários
espanhois porque querem anovar os sonhos imperialistas da monarquia absoluta,
caracterizada polo «quero e mando»46, e, por conseguinte, por
imitarem as tendências centralistas desta47, "porque em nome
de Deus nem se pode afogar a libre respiraçom do esprito dos homes nem se pode
coutar o anseio dos povos que luitan polo seu próprio ser"48.
Testemunha tamém que no seo da República abrolham os vezos da monarquia, aos
que a poda lhes deu vitalidade49. A monarquia deixou um
ronsel de falso patriotismo, ainda presente no ambiente espanhol, "porque
ainda sobrevive na consciência de moitos homes o culto â memoria de Isabel a Católica"50.
Consoante com este patriotismo, "Os que nom queríamos submeter-nos â
violência asimilista, que iniciarom os Austrias e Borbóns, éramos uns
insurrectos"51.
O domingo 17/11/1935, num mitim em Vilagarcia,
afirmou que os galeguistas pregam umha nova relixiom para Galiza, que é o
galeguismo. "A democracia ainda emEspanha é umha aspiraçom. Fai umha
invocaçom a soberania popular e ataca o sistema centralista-monárquico
introducido na República"52.
O domingo 1/12/1935 celebrou-se um importante mitim
de Izquierda Republicana com a participaçom de Serrano Batanero, Victória Kent
e Casares Quiroga, presentados por Elpidio Vilhaverde, seguido dum jantar no
salom de «Casa Blanca» ao que tamém assistiu Castelao, junto com o secretario
geral do Partido Galeguista Gómez Romám, e no que, a pedimento do público,
pronúncia, na hora dos brindes, umhas palavras. Criticou á monarquia, encarnada
por duas dinastias estrangeiras, por desconhecer a variedade dos povos de
Espanha, e ao republicanismo unitário, que tampouco soubo chegar á medula dos
povos, "porque tanto como as liberdades individuais importan as
colectivas: o direito dos pobos a gobernarse de seu.
O federalismo e as fórmulas de auto-determinaçom
vinherom posibilitar um entendimento harmónico dos povos que convivem no Estado
hespanhol.
A Monarquia forjou um sistema, absolutista e unitário,
para imponherse, a República deve modificalo e construir o seu sobre a base das
autonomías. Exígeo o instinto de conservaçom"53.
Num mitim celebrado em Muros, o 15/12/1935, no que
compartia cartel com Victor Casas, Álvarez Galhego e Suárez Picalho, defende as
autonomias e o federalismo "dicendo que nom pode ser bom republicano
quem nom sexa autonomista e viceversa. Qualifica de divorciados da monarquía e
casados em segundas núpcias com a República aos que chamándose republicsnos fam
canto podem porque a República nom troque a súa estrutura centralista"54.
2.3.4.- O centralismo como problema
Em 1937, considera que a Constituiçom de 1931 foi um
projecto fracassado, porque os parlamentários nom forom suficientemente
generosos para estabelecer umha república federal, pois no fundo continuavam a
ser monárquicos. A República nom foi federal porque "os viuvos da
monarquía -casados em segundas núpcias com a República- nom consentirom que a Soberania
baixase do seu trono imperial. Se o Estado, sentindo-se generoso,
concede-se umhas migalhas do seu Poder a certas regions descontentas, entom a
mesma Soberania monárquica converteriase em Soberania republicana;
mais se os povos diferenciados acordaram unirse voluntariamente para
constituírem umha nova Soberania de Espanha, entón -¡que catástrofe!- a
República nom tería nengumha semelhanza com a monarquia"55.
Os Áustrias e os Borbons, importadores do cesarismo unitário e centralista,
provocarom o desarraigo dos espanhois com a missom histórica da monarquia.
"Desde que reinarom na Espanha as dinastias estrangeiras dos Austrias e
Borbons -importadores do cesarismo unitário e centralista-, os espanhois nom
podian sentir-se identificados com a missom histórica da monarquia, porque a
política dos reis tinha por norte afogar a libre respiraçom dos povos,
tradicionalmente autónomos"56. A primeira República morreu por
nom ser federal, e desde entom "«monarquia» quer dizer «imperialismo»,
«uniformismo», «centralismo», e «república» quer decir «descentralización»,
«autonomías», «liberdade»"57. Com todo, o problema de
fundo máis que monarquia/república é o de centralismo/descentralizaçom. "Com
o sistema unitário e centralista -liberal ou despótico, monárquico ou
republicano- teremos sempre umha participaçom no reparto das misérias, das
fames, das devedas e demais alifaces gerais"58. Os patrioteiros
centralistas comungam com a «sagrada integridade da pátria», perderom o
imperiocolonial, causarom a desintegraçom peninsular e dispunham-se a perder as
melhores regions espanholas. "Asi foi a patrioteria monárquica; mais a
República tampouco comprendeu os problemas espanholísimos de Catalunya, Euscadi
e Galiza. Tamén a República foi incomprensiva e torpe, negándose a ser federal"59.
O centralismo monárquico "podería persistir na teima de corromper e
asimilar a alma dos povos da periferia, valéndose de escolas disociadas do
ambiente e disociadoras da vontade colectiva; mais esta nosa República, que
atrasa canto pode a liberdade política dos idiomas regionais, nom tem direito a
atrasar a soluçom do problema pedagógico posicionado nos povos bilingües de
Espanha"60. O republicanismo é um regime em si máis
puro, e daí que o republicano verdadeiro nom se deve contagiar dos vezos
revelhidos e deformadores do caciquismo: «pucheirazos», actas falsificadas, ...61.
O agrarismo galego foi o primeiro caso de organizaçom campesinha em «Espanha»,
e ía dirixido contra os foros "mais principalmente ía contra o sistema
caciquil da Espanha monárquica"62.
O 14 de abril -di em 1937- caiu a monarquia mais nom
chegou a república, porque nom se pode chamar tal a um regime que nom soubo
controlar aos militares monárquicos63. O seu derrubamento,
conseqüência do desprestígio64, foi obra de monárquicos, revirados
contra Dom Afonso, "e como prova velahi tedes a umha Espanha sem rei e
sem republicanos"65. Frente á intransigência serril dos
monárquicos e a tolerância regateira dos republicanos, Castelao advoga pola
solidariedade fraternal dos federalistas porque a questiom catalana, vasca ou
galega nom é um delito que deva reprimir-se nem umha doenza que poda curarse,
senom "umha prova da vitalidade dum órgao que reclama garantias legais
para funcionar dentro do Estado. E tal Estado nom pode ser o artefacto, ja
descomposto, que a República recebeu da monarquía, senom a resultante funcional
dos seus vários órgaos nacionais"66. Os estadistas da
República, "obedecendo â lei de sucessom de feitos contrários,
queriam asentar o novo regime em princípios de liberdade..., princípios que a
monarquia vulnerara e desvirtuara por serem incompatíveis com o sistema
unitário e centralista"67, sistema este defendido
nom só polos monárquicos senom tamém polos republicanos, cegos -dirá em 1940-,
para nom ver que umha «Espanha» única, sem liberdades regionais, já nom é a
«Espanha» dos grandes feitos68. No retábulo das Cortes Constituíntes da
segunda República, a figura de Besteiro estava diminuída pola presência dos Reis
Católicos, mais, além diso, o salom de sessons tinha mai centralista.
"Com todo é preciso reconhecer que o velho sistema unificador e
centralizador da monarquía -infiltrado solerminhamente no corpo recem nacido
da República- nom tivo máis remédio que pactar algumhas aspiraçons contrárias,
insobornáveis e invencíveis. Assi abrirom-se as portas da Constituiçom para
iniciar-se em Espanha umha época renovadora. O centralismo ficou ameazado de
morte pola virtude dumhas verbas estampadas na Constituiçom"69.
Galiza cometeu um erro -segue dizendo Castelao em
1937- em nom organizar umha política própria e egoísta para defender os seus interesses
e impor respeito ás suas demandas. "Por falha d-umha política galega
abusou de nós a monarquía e tamén abusou a República"70.
Por um excesso de generosidade aceptamos o sistema nivelador do ensino, "como
nos tempos máis recuados da monarquia borbónica"71.
Foi esta tamém a que nos tempos da restauraçom criou o falso caciquismo, por
necessidade vital sua e do centralismo, "para disimular os jeitos
antigos com aparências de democracia parlamentária"72.
Nas intervençons públicas de Castelao durante a
Guerra Civil e nomeadamente nos anos 1938-1939, tamém se contenhem alusóns
referentes á monarquia espanhola, que tem como aliados os inimigos do povo:
militarismo, clericalismo e feudalismo, que "se sentem orgulhosos de
conservar nos pregas da sua carne os piolhos de Filipe II e marchan cara á
morte tras a camisa suja de Isabel convertida outra vez em ensenha da Pátria"73.
Numha conferência pronunciada o 17/12/1938 na
Universidade da Habana fijo um tratamento histórico do tema
monarquia-república, defendendo que desde que reinarom em Espanha as dinastias
dos Áustrias e dos Borbons, importadoras do cesarismo unitário e centralista,
"os espanhois nom podiam sentir-se identificados com a missom histórica
da monarquia porque a política asimilista dos reis tinha por fim a doma e
castraçom da vontade popular. Por isto a vontade do povo opuxo aos propósitos
da monarquia sua forza mágica e invencível e a unidade espanhola no chegou a
ser máis que umha de tantas ficçons oficiais"74.
Mais isto mesmo aconteceu tamém com o republicanismo dos primeiros tempos, de
origem francés, respeitoso com os direitos individuais mas nom com os
colectivos, que seriam acarretados polo federalismo, ao que se adherirom os
republicanos dos povos diferenciados, "e desde entom monarquia quixo
dizer «centralismo» e república quixo dizer «descentralizaçom».
Por tanto, aqueles republicanos que todavia defiendem
o sistema unitário e centralista parecem monárquicos disfarçados, ou o que é
pior: viuvos da monarquia casados em segundas núpcias com a república"75. Quando se derrubou
a monarquia borbónica todos os republicanos históricos, incluído Lerroux, se
declararom pimargalianos porque sabiam que o unitarismo e o centralismo eram
próprios dum regime autoritário e monárquico dentro do qual umha república
ficaria desvirtuada nas suas esências. Mas a república do 14 de abril nom se
estruturou conforme a princípios federais, polo qual se pode dizer que esse dia
nom veu a república senom que caeu a monarquia, "porque se pudrirom os
suportes que a sustinham e ninguem se atreveu a levanta-la ou a suste-la"76.
2.3.5.- Superaçom da república unitária
O republicanismo em Espanha naceu federal e ainda o
foi no 73, por efeito dos princípios filosófico-políticos que sustentavam os
seus iniciadores, em oposiçom ao despotismo monárquico. Na história do
republicanismo sobressai Pi i Margall que dizia que preferia umha monarquia
federal a umha república unitária, pois, segundo el, as repúblicas podem ser
tam detestáveis como a monarquia, se nom aseguram sobre bases sólidas a
liberdade e a autonomia dos grupos que constituem umha naçom. A república do 73
morreu porque conservou os moldes da monarquia, do unitarismo e do centralismo,
ademais de ser um ensaio de anarquia, da qual o recordo nom propiciava novas
revoltas libertárias, o qual facilitou a consolidaçom da monarquia da restauraçom77.
Frente á intransigência dos monárquicos e a tolerância dos republicanos, está a
solidariedade que pregoam os federalistas como Castelao, que considera que a
república unitária prolongou a ficçom unitária que inventou a monarquia e nom
se liquidou ao seu devido tempo o uniformismo monárquico. Os velhos
republicanos, do seo dos quais sairia Antom Vilhar Ponte e Lois Porteiro Garea,
ensumidos no morrinhoso ambiente dos Concelhos municipais, ficarom ociosos e
sem capacidade para ferirem a monarquia78. Muitos republicanos
-afirma em 1940-, "sentirom o derrubamento da monarquia, porque
viviam esclusivamente para combatila"79. Em concreto, os
republicanos da Corunha eram "pezas do jogo monárquico, que os
enquistou e enervou para que jamáis foram capaces de enviarem âs Cortes da
monarquia um Diputado de filiaçom republicana"80.
Os republicanos nom tiverom aços para minarem o campo da monarquia nem
ardimento para republicanizarem «Espanha»81. Em caso contrário, e se
tivessem fe no advento da República e nom colaborassem com os monárquicos, os
republicanos galegos tomariam a posiçom de Pi i Margall, "que por ser
catalán sumouse ao catalanismo"82.
Os valedores da República cometerom o erro de nom
fortalecer a governaçom civil para contraponhe-la á militar, e "deixarom
a República sobre os suportes em que se sustinha o despotismo monárquico"83.
No que di respeito á língua, no artigo 4º da Constituiçom do 31 sobrevivia a
intransigência monárquica84. Para Castelao a monarquia espanhola dos
Áustrias e dos Borbons, veu romper a antiga tradiçom das liberdades dos povos
hispanos, mais a República "conservouse nos velhos moldes da monarquia
e a orgaizaçom unitária da República originou, â súa vez, a orgaizaçom
unitária do alçamento"85, e, por isso, o
republicanismo tampouco chega a colmar os anseios democráticos dos homes da
península, sem dúvida por ser renitente a reconhecer as liberdades dos povos de
«Espanha». O centralismo acrecentou-se com Fernando VII que criou a divisom provincial, um sistema
arbitrário e irracional86, com umhas Deputaçons provinciais e uns
Governos civis, dos que a "nulidade e incapacidade eram proverbiais"87.
O sistema monárquico centralista servia para colocar aos incompetentes. O qual
demostra que nisto nom se cambiou nada e nos dias de hoje -2014- continuam
sendo instituiçons clietelistas e ninho da incompetência e o nepotismo. "No tempo da monarquia os
Gobernadores eram uns homes velhos, escarolados e fracasados, que por serem
amigos dum Ministro e nom servirem para nada mandávanos a reger umha província;
mais exigíam-se-lhes condiçons que suponhiam umha certa experiência da cousa
pública"88.
A Constituiçom de 1931 tamén responde aos "moldes unitários
borbónicos"89, di em 1940. Neste ano escrebe-lhe umha
carta a Salvador de Madariaga na que lhe confesa que o desastre da República
doelhe máis que o seu proprio desastre, e acrecenta em relaçom aos políticos
republicanos: “E agora vejo que aqueles terríveis intansigentes e
provocadores que desprezavam a opiniom silenciosa da maioria -facil de
conquistar para a República- estám desejando umha restauraçom da monarquía com
tal de que podam regresar á boa vida”90.
2.3.6.- Violaçom das liberdades polo absolutismo
monárquico
O 25/07/1942, A Nosa Terra, publica um artigo
seu titulado «A Liberdade», no que desenvolve a concepçom risquiana, defendida
em Políteca do noso tempo, de que a democracia em Espanha procede das
democracias comunais das vilas e cidades da Idade Madia com as súas autoridades
eleiticas e as súas cartas de direitos91. Segundo Castelao, os
sistemas democráticos e liberais de governo em Hespanha som anteriores ao
despotismo, e chamavam-se Pardo de Cela em Galiza, Padilha em Castela e Lanuza em Aragón. As liberdades
de Espanha forom exercidas polos governos livres e representativos dos vários
grupos institucionais. "Forom liberdades colectivas, mais capaces de
darem liberdade aos homes e â súa consciência.
O absolutismo violou as tradiçons democráticas e liberais
para que todos os asuntos foram dar ao despacho do Rei -única autoridade- e
assi vemos que um proceso absolutista, em esência, nom se diferência do proceso
unitário e centralista, importado da vicinha Franza"92.
A monarquia estrangeira que governou em Espanha -dirá
em 1943- tivo sempre un ideal centralista e unitarista, umha política
opressora, "encaminhada a matar, por asfixia, todo canto nom fose
castelhano"93, política prosseguida nos nossos dias
polos castelhanos. Com todo, "nom
se pode negar que o republicanismo galego era federalista e incompatível com o
herdo unitário da monarquia"94.
Em 1943, manifesta ter esperanza em que despois de
Franco se chegue a suprimir o regime unitário e centralista, pois é doado crer
que Franco mate o regime unitário, como Primo de Rivera matou a monarquia95.
Esta monarquia dispunha dos estados como se fossem a súa finca particular e só
com a revoluçom francesa chegou a naçom a protagonizar a história do próprio
país. Os "Estados europeus eram a resultante do direito de conquista ou
do direito de sucessom monárquica, e que só despóis das guerras napoleónicas se
sentiu, por primeira vez, o estremecimento das nacionalidades"96.
A luita que levamos -di em 1943-, com os falangistas,
requetés e monárquicos, fai preciso que nos ajuntemos com os restantes
republicanos, em amalgama circunstancial, mais nom estamos dispostos a volver á
falsa democracia do 31, "para «continuar a historia»"97.
O absolutismo dos reis estrangeiros, avassalou as liberdades locais e
corporativas, que representavam a sabedoria e a prudência de «Espanha». Os
povos de «Espanha» exaltarom o poder real, entregando-se a reis absolutos para
fugir do desbarajuste ao que os levarom os nobres, mais esta entrega ao
centralismo só provocou pobreza e apoucamento. Por outra parte, o constitucionalismo
que impuxerom os liberais nom foi máis que umha grosseira mistificaçom da
liberdade, umha tapadeira de métodos absolutistas98. "¡Que máis
dâ absolutismo que centralismo! ... A monarquia de direito divino entregoulhe
os seus poderes a um Estado absoluto, regido por homes de clase media,
que em vez de irem ao povo imitavan â nobreza"99.
Castelao nom só condena a monarquia absoluta, senom tamém o republicanismo
anarquista e o federalismo estadounidense. "Imperialismo católico,
monarquía absoluta, despotismo ilustrado, constitucionalismo francés,
liberalismo centralizador, republicanismo anarquista, federalismo estadounidense
... ; todo iso é palha morta. O período absorvente que vai da camisa suxa de
Isabel I â camisa perfumada de Isabel II, deixounos umha Hespanha
inconstituída e sem sentido comum, inepta políticamente, mais capaz das máis
tolas violências"100. Discorre -neste ano de
1943- como se vivesse em vésperas dum novo período constituínte, arredado por
um lado do leguleismo republicano e por outro do constitucionalismo monárquico101.
Cita um texto de Azorím, que julga um canto á diversidade em Espanha e
manifesta que coincide com a súa linguagem, que seria condenada com sanha de
inquisidores polos responsáveis da política espanhola, tanto monárquicos como
republicanos102.
O 18/04/1943, no acto republicano celebrado em
Montevideu, dixo que o republicanismo espanhol tem a obrigaçom de luitar
contra "o cesarismo unitário e centralista, importado em Espanha por
déspotas estrangeiros, dos quais só Franco merece ser representante; e que as
instituiçons republicanas haberám de ser verdadeiramente espanholas quando
sobre a cabeza dos nossos lexisladores descenda o espírito de dom Francisco Pi
i Margall"103. No terceiro libro do Sempre em
Galiza, escrito em 1943, repite noçons já expostas no artigo «A liberdade»,
segundo as quais em Espanha, o sentimento de liberdade e de independência, nom
é produto da Revoluçom Francesa, senom -como já dixera em xulho de 1942-, um
eco distante das velhas tradiçons espanholas, que forom violadas polo
absolutismo, que consolidou o centralismo104.
2.3.7.- Oposiçom á restauraçom monárquica
O 29/11/1943, em carta a José Antonio Aguirre,
presidente do Governo vasco, manifesta-lhe que considera irracional o que se di
sobre a restauraçom da monarquia em Espanha, porque "com doce anos de
república ja se ha perdeu o respeito á realeza e sem ese respeito nom hay
monarquía possível"105. Só é possível achar o
sossego que buscamos na democracia republicana, baseada na liberdade.
No mes de outubro de 1944, num artigo publicado em A Nosa Terra,
com o título «O problema ferroviariode Galiza», referido á marxinaçom em
estruturas ferroviárias que sofre a nossa Terra, di: "Calquera
comprende, despois do que relatamos, que o centralismo, seja monárquico ou
republicano, liberal ou despótico, nom romperá jamais o bloqueo comercial dos
portos galegos e, por ende, a preteriçom de Galiza"106.
Conhecidos os acordos do Governo vasco presidido por
José Antonio Aguirre, reunido em
Nova Iorque o 2/03/1945, no que ratificou o programa do
Governo de Euskadi aprovado em Gernica em outubro de 1936 e ampliado em París
em maio de 1940, o Conselho de Galiza, presidido por Castelao, celebrou umha
reuniom em Montevideu o 19 de abril de 1945 na que mostra a súa compenetraçom
com o Governo vasco e as Forças Organizadas de Catalunya e convida ás
agrupaçons e personalidades republicanas no exílio a depor as súas diferênzas
pois as forças do interior reclamam a uniom dos exiliados. "As bases de
uniom fijadas polas forzas do interior, som as seguintes:
1º Recuperaçom da ordem republicana e simultáneamente
estabelecimento das autonomias de Eusadi, Catalunya e Galiza
2º Compromiso formal para a implantaçom dumha
República Federal. ...
O Conselho de Galiza, ante a ditadura de Franco e a
Falange e ante as pretensons monárquicas que agora se agitam, reafirma umha vez
máis a sua inquebrantável fe republicana e democrática"107.
Castelao considera -marzo 1945- que som absurdas as
pretensons de Madariaga dumha restauraçom da Monarquia apoiada por Inglaterra,
desde o momento em que em Espanha se perdeu o respeito pola realeza108.
Galeuzca de Montevideu celebrou, nesta cidade, em
1945 um acto conmemorativo do 8º ano do martírio de Guernica, cidade
bombardeada intensamente polas tropas nazis o 26/04/1937, ao que assistiu, por
parte galega, umha delegaçom de Galeuzca de Buenos Aires representada por
Castelao, que tamém pronunciou um discurso, ao igual que Vicente de Amézaga,
presidente da agrupaçom uruguaia de Galeuzca, o deputado vasco José Maria de
Lasarte e Francisco Bergós Ribalta em nome da colectividade catalana. Nel
Castelao, após sinalar como culpáveis do massacre aos alemáns em conivência com
os franquistas, sublinhar que Gernika com a sua árvore lendária simbolizou a
través dos séculos a liberdade e a santa democracia, e que os seus árvores
velho e novo som símbolos respectivamente das velhas e da nova liberdade que
dentro de pouco desfrutará o povo vasco e todos os povos de Espanha109,
afirmou que dizer "que Galeuzca é umha organizaçom ilícita por
separatista vale tanto como defender a forma absoluta e totalitária da
Monarquia regida polos Áustrias ou condenar a esência originária do
republicanismo espanhol que nasceu federal e só como federal poderá
consolidar-se"110.
O dia 30 de xunho de 1945 celebrou-se um mitim no
Ateneu de Montevideu, em que fixo a sua presentaçom pública o Conselho de
Galiza, criado o 15/11/1944, e no que pronunciarom discursos o presidente da
Casa de Galiza em Montevideu, Sr. Luna; o Dr. Guisande e os deputados Alonso
Ríos e Castelao. Este, num importante discurso, dixo, refletindo conceptos
expostos por Galeuzca do interior em febreiro de 1945111,
que o home nom é um ser abstracto, senom um ser concreto enraizado numha
realidade nacional. "Ora bem: a
liberdade só é possível na democracia, e é por iso que nós somos partidários
decididos da democracia. Mais na Espanha, ademais, a democracia só é viável
dentro do sistema republicano, e é por iso que nós somos partidários
incondicionais da República; mais a República tem a obrigaçom de resolver o
problema da verdadeira liberdade para todos os espanhois, e esta liberdade de
todos os espanhois seria falsa e enganosa se os galegos nom fosemos libres, ou
os vascos e catalans nom fosem libres. E a República nom tem máis que umha
maneira de garantir esta liberdade de todos os espanhois e é unindo os povos
diferenciados dentro dum Estado harmónico, no qual estes povos tenham a mesma
intervençom e dentro de cujo Estado o home se sinta protegido e satisfeito com
a sua lei, que em Espanha ha ser vária, como som várias as suas realidades
nacionais"112. Pi i Margall afirmou que preferia
umha monarquia federal a umha República unitária, mais "nós nom dizemos o mesmo porque cremos que umha monarquia
espanhola jamais seria federal e sempre seria máis intolerante e máis
intransigente que calquer República"113.
Nesse acto, Castelao critica duramente a discórdia
dos repúblicos espanhois, especialmente, ainda que sem cita-los polo seu nome,
a que sustenhem Indalecio Prieto e Negrín, numha guerra de injúrias que só pode
beneficiar a Franco "e aos monárquicos á espreita"114.
Se nom se cria umha soluçom republicana solvente e responsável e, por
deficiências orgánicas do republicanismo espanhol, se fixer possível a
restauraçom monárquica em Espanha, deixando latente a guerra civil e estéril
toda esperanza renovadora, os republicanos exiliados assumiriam umha grande
responsabilidade ante os espanhois do interior115.
Durante a sua estância em México, para assistir á
sessom de Cortes republicanas, foi convidado a falar -outubro 1945- no
aniversário do fusilamento de Companys, junto co vasco Irujo, os cataláns e os
republicanos espanhois. A súa elocución suscitou um enorme e prolongado aplauso
cando dixo que “juramos morrer no
desterro antes de alargarlhe a man aos que empequenecerom e deshonrarom a
Espanha”116, que suponhia a oposiçom a entenderse
cos monárquicos para convocar eleicions gerais que decidisem se Espanha era
monárquica ou republicana, como proponhia o sector prietista, e tamém a um
entendimento directo com Franco, como insinuou Fernando de los Ríos. Em alusom
á intervençom de Prieto nas Cortes republicanas de México, favorável a umha
entente cos monárquicos, declarou: Nom “se comprende que a estas alturas
poda um verdadeiro republicano planear o dilema ante a monarquia e a república,
falando dum plebiscito que ja se celebrou desde que o mesmo Franco nom foi
capaz de restaurar a monarquia”117.
Aguirre contesta-lhe a umha missiva da Pasionária com
data 21/12/1945, por mediaçom de Leizaola, propondo como soluçom a ampliaçom do
Governo sem excluson de nengumha força pola esquerda e pola direita, em vez do
Governo de coaligaçom nacional proposto polos comunistas118.
Castelao, xa conhecedor da posiçom de Aguirre, responde-lhe a Dolores Ibarruri
com data 9/01/1946, desautorizando a idea do plebiscito, "... e menos para dilucidar se Espanha é monárquica ou
republicana. Esa nom foi a questiom que originou a guerra civil e de telo sido,
ja quedó bem dilucidada com só ver que Franco nom se atreveu a restaurar a
monarquia"119.
O 15/01/1946 contesta-lhe a Pi i Sunyer, presidente
do Consell Nacional de Catalunya, aclarando-lhe que Galeuzca nom funcionou na
tramitaçom da crise, ao formar-se o Governo Giral, pois sob pretexto dumha
cautela desnecessária, desprezou-se a oportunidade de fazer valer a força
política do galeguismo, tal vez decisiva, frente ao desarranjo dos demais
grupos. Só na solidariedade de cataláns, vascos e galegos reside a garantia, já
de por si relativa, das nossas futuras liberdades. Mais "eu vejo que
sempre cedemos ás exigências dos centralistas nós, os iguais, para criar umha
acçom salvadora. Por cautela ou complejo de inferioridade suportamos calquer
disparate, como o consustancializar a Constituiçom com a República, sendo ésta
anterior y superior, ocultando que o nosso verdadeiro ideal está numha
Confederaçom de Repúblicas hispanas ou ibéricas e nom no régimem de estatutos"120.
Manifesta que se se opom á componenda monárquico-republicana nom o fai só por
puro republicanismo ou esquerdismo demagógico, senom por defender o interesse
nacional de Galiza, Catalunya e Euskadi, "pois
calquer convénio que se celebra-se com as forzas do outro lado, incluso as que
agora se deu em chamar «neutras», só nos conduciría a umha simulaçom
democrática, para consolidar o totalitarismo de Franco"121. Manifesta que nom é um supersticioso da República
que é um medio e nom um fim, “mais creo que devemos defende-la com dentes e
unhas, pois para nós Espanha nom está por acima da República, como acaba de
dizer Prieto, e sabemos moi bem o que esta frase significa”122.
2.3.8.- A república e Galiza como prioridades
Na sua correspondência com Portela Valhadares
-fevreiro 1946- maníestalhe que “A República está em grave perigo porque os
republicanos nom dan umha soluçom séria ao problema de Espanha, e como a
monarquia é o régime máis endével que se pode maginar para o caso, é natural
que tenha partidários em inglaterra; mais a monarquia nom se tem em pé por máis
que se faga para darlhe vida, e nem o mesmo Daily Herald será capaz de curarlhe
a hemofilia que padece”123. Considera negativo que
se opte por ela pensando que despois será fácil derrubala, porque despertará
umha serie de prevençons para nom consentir que a derrubem e ademais abriríase
na Espanha um estado de incertidume e desconfianza como nunca existiu. Nom hai
ideal máis caro que o de salvar a República, aínda que iso nom é para nós o
primeiro senón Galiza. A “minha ideia resúmese em duas verbas: República e
Galiza”124. Quiçá deveria aprender disto o Senhor
Beiras e o sector federalista de Anova e pensar no dano que ja lhe irrogarom a
Galiza coa sua entente e reforzo de posicionamentos estatais em detrimento das
forzas nacionalistas, sem nada a cambio, e que somente pode ter como finalidade
um reforço dos posicionamentos de IU. Deveriam ter claro que após a recuperaçom
da república, seja esquerdista, direitista ou centrista, o problema da Galiza
ficaria totalmente en pé.
O 22/03/1946 foi elexido ministro da República no
exilio num governo presidido por José Giral, com sede na Franza, junto com o
comunista Santiago Carrillo e o republicano de direitas, Sánchez Guerra. A
monarquia -marzo 1946- “nom se tem em pé cando surgem os republicanos clamando
justiça e nom adoptan umha linguaxe anacrónica e iracunda”125.
O trabalho na Franza terá como funçom nom só recuperar a república senom a
autonomia de Galiza e a adhesom das colectividades de emigrados galegos.
O 28/06/1946 celebrou-se um grande mitim no Centro
Asturiano, patrocinado pola Federaçom de Sociedades Galegas, os Centros
ourensán, lucense, pontevedrés e corunhés, e o Centro Galego de Avelhaneda, em
conmemoraçom do décimo aniversariodo plebiscito estatutário, com assistência
dumha grande multidume de gente, com a presênça do ministro da República,
Castelao; os demais membros do Conselho de Galiza; o Dr. aldasoro, vasco; o Dr.
Serra Moret, catalám; os delegados das entidades galegas de Rosário, Mendoça, A
Prata e do Uruguai e as autoridades das entidades organizadoras e aderentes ao
acto. Pronunciarom discursos o Presidente do Comité organizador, D. Antom
Alonso Pérez; o Dr. Núnhez Bua; o Dr. Ramon M. Aldasoro, polos vascos, que
negou que fossem separatistas; o Dr. Serra Moret, polos cataláns, que afirmou
que o que importa é que as pátrias sejam livres e fagam os seus próprios
destinos; José B. Abraira, membro da Comissom organizadora, e logo «o grande
líder Castelao». "«A nosa Pátria -dixo- é completa, é perfeita; nom é
grande nem pequena, é como o sentimento que dela temos no corazón». «Minha
pátria Galicia, meu estado Espanha»"126. Acrecentou que
hai que buscar umha soluçom política para Espanha, falou da pretendida
imoralidade de consultar ao povo sobre o que este quer e afirmou que o problema
de Espanha é um problema de democracia e de liberdade. A monarquia nom pode dar
a autonomia mais si a República, com tal de que seja democrática.
2.3.9.- Instauraçom dumha democracia republicana
Em 1947 dirá Castelao que é dificultoso converter o
centralismo em federalismo mais tam esencial como "pasar do absolutismo
ao constitucionalismo, da monarquia á república, da opresom á liberdade"127. A
monarquia sempre se opuxo aos movimentos autonomistas de Espanha128,
mais tamém forom mal compreendidos pola República129.
O 21/01/1947, Castelao fixo, no Conselho de
Ministros, umha árdua defesa do Governo presidido por Giral, nesse momento
ameazado de continuidade, defesa na que ficou só apesar de que, -dirá máis
tarde-, tinha toda a razom130. Lamenta que nom se
pudesse ter chegado a umha uniom pactada e sentida de todos os elementos
republicanos em base a: "primeiro derrubar a Franco e despois
estabelecer em Espanha umha democracia republicana"131.
Critica, em referência a Prieto, aos que se burlam da lexitimidade do Governo
e se atrevem a declarar caducas todas as instituiçons republicanas, desejando
que este Governo se suicide para que poda resucitar a Junta Espanhola de
Libertaçom. Considera que se comete um gravíssimo erro para com o Governo com
umha crise, justo quando acaba de conseguir um grande éxito na ONU e obtivo o
reconhecimento diplomático de vários países, e o maior de todos: "o
reconhecimento que fixo Franco desde os balcóns do Palacio de Oriente, ante
umha multidume de fanáticos"132. Considera que a queda
do Governo pode trair males irremediáveis e declara que para el este Governo é
sagrado. Umha crise, posicionada nestes momentos, nom só serviria para reavivar
no exílio as discórdias senom que nom fariamos honor aos reconhecimentos diplomáticos
que temos solicitado e obtido. Este governo deve durar até que se implante na
Espanha umha democracia republicana, evitando que, despois da queda de Franco,
se implante em Espanha umha política pseudodemocrática, monárquica,
monarquizante, reaccionária ou impopular. A queda do Governo vai propiciar,
segundo Castelao, que se produza o derrubo da fe dos republicanos exiliados e
que muitos comezem a repatriar-se, perdendo a vergonha que antes tinham de
entrar num consulado espanhol. "A
muitos emigrados ouvíalhes dizer : «Quero ir alá, mais mentres nom se
restabeleza a República nom devo face-lo»; mais agora van, e venhem despedir-se
de mim, oferecéndo-se-me a levar algumha carta, encargo ou o que seja"133.
2.3.10.- Fracasso da política monarquizante
Em outubro de
1947, Prieto e Gil Robles reúnem-se em Londres com objecto de lograr um acordo
de socialistas e monárquicos para derrubar a Franco.
Em carta a Manuel de Irujo de 6/10/1947, declara-lhe
que considera que a política monarquizante fracassou em Espanha ao igual que,
despois do referendo franquista, a idea claudicante dum plebiscito para
dilucidar se Espanha é monárquica ou republicana. "Agora só fica em pé a ideia norteamericana, exposta por Hayes,
contra o restabelecimento da República e contra a restauraçom da Monarquia,
pois para os seus planos só lhe convem a continuaçom de Franco mediante calquer
promesa de evoluçom cara ao régimem democrático"134. Num arrouto de decepçom e indignaçom manifesta-lhe
que se terminou a complacência do galeguismo militante. "E as Cortes
parecem-nos tan deleznáveis como os partidos políticos, os prohomes da
República ou da Monarquia e toda a Espanha cigana, fenícia, ibérica y berebere,
que todo tem menos europea e limpa"135.
Em junho de 1948, a colectividade galega celebrou, como nos
anos anteriores, o aniversáriodo plebiscito de Autonomia de Galiza, e este ano
fixo-o reunindo umha magna assembleia, organizada pola Federaçom de Sociedades
Galegas, os Centros provinciais de A Corunha, Lugo, Ourense e Pontevedra, o
Centro de Betanzos, a Sociedade A.B.C de Corcubiom e a Irmandade Galega. A
comemoraçom consistiu num banquete que tivo lugar no salom da Federaçom de
Sociedades Galegas, ao que assistiu o "máis selecto da nosa
colectividade e destacadas personalidades vascas e catalás"136,
arredor de mil persoas que enchiam o local. Presidiam Castelao com a súa dona,
Antom Alonso Ríos e Elpidio Vilhaverde, as delegaçons de Euskadi e Catalunya
presididas polos Drs. Basterrechea e Pelaio Salas, Maruja Boga, os
representantes da Comissom organizadora, presidida polo Sr. Ucha e os
representantes da imprensa galega e arxentina, especialmente convidados.
Enviarom a súa adessom grande número de entidades galegas da América.
Pronunciarom discursos, D. Manuel Ucha, presidente da Comissom organizadora,
que dixo que o galeguismo nom é património de nengum partido político, "é
um velho e vasto movimento espiritual, que involucra todo um rimeiro de
problemas políticos, económicos, lingüísticos, culturais, sociais, etc."137,
e a «esgrévia figura galega», Castelao, que dixo que o discurso que devia
pronunciar está contido de forma sintética pero completa no preámbulo do
Estatuto de Galiza que acaba de ser distribuído entre a concorrência,
recomendando a súa leitura porque nel estám compendiados os feitos básicos que
fundam o direito de Galiza á autonomia138. Acrescentou que el
"é um home de todos os partidos, um patriota galego e republicano
«inatacável polos ácidos e infusível ao soplete»... todo canto nós fagamos tem
que ser a base de republicanismo; coa monarquia, nada; os nosos anseios
esperam a terceira república. ... Hai quem está desejando a restauraçom da
monarquia, mais nós nom aceptamos máis régime que a república. ... «Abrace-se
Prieto com Gil Robles ou pase o que se queira, a Monarquia na Espanha nom se
poderia restabelecer. ¡Pobre de quem faga a restauraçom!»"139. A
seguir, afirma que na terceira república os galegos tomaremos a iniciativa
para implantar a República Federal e incita a todos os galegos que se juntem
numha estreita irmandade, «que nom seja um partido -recalca-, senom um
movimento patriótico»"140.
O 25/08/1948 tem
lugar a entrevista entre Franco e Dom Joam para tratar da formaçom de Joam
Carlos, e o 30/08/1948 assina-se o «Acordo de Sam Joam de Luz» entre socialistas,
representados por Prieto, e monárquicos, representados polo Conde dos Andes.
Este pacto, de 8 puntos, deixa a organizaçom política definitiva de Espanha
para umha consulta á «naçom»141.
Este pacto entre socialistas e monárquicos era mal
visto por Castelao, que o qualificará de «contubérnio».
2.3.11.- Conivência dos vascos co contubérnio
monárquico-republicano de Prieto
Em carta ao seu curmám Ramom Somoça de 20/09/1948,
reconhece que as relaçons com os governos vasco e catalám estám em crise, que
el explica dum jeito distinto a Ramon Pinheiro, que considerava que o Conselho
de Galiza nom cabia no esquema desenhado polos americanos para despois da
guerra que incluia a recuperaçom das instituiçons republicanas e o abandono da
idea da República confederal ibérica, o que motivaria o rejeitamento de Pi i
Sunyer a formar um governo catalán e a assinar o Pacto Galeuzca. Castelao
explica que esta crise se deve a que Galeuzca nom é do agrado dos socialistas,
agora integrados no Governo vasco, que consideram aos galeguistas um lastre em
Galeuzca por nom ter-se promulgado o seu estatuto de autonomia, e ademais em
que puxerom as súas esperanzas no convénio ou contubérnio
monárquico-republicano de Prieto. "Calquer pacto tripartito -vasco,
catalán e galego- nom consentiria o libre jogo que venhem realizando os nosos
amigos, a favor do direito que lhe foi reconhecido, e resultava-lhes máis
cómodo prescindir de nós, que somos a parte ainda nom reconhecida. A história
de Galeuzca no desterro puxo em evidência o egoísmo dos vascos e cataláns, que
jogan á política de possibilidades aínda que presumam de grande pureza
nacionalista"142.
Em novembro de 1948 insire A Nosa Terra o
discurso que Castelao pronunciou com motivo do XXVII aniversárioda criaçom da
Federaçom das Sociedades Galegas, no que louva o seu liberalismo que a levou a
abraçar a causa republicana, quando a monarquia estava em pé e sustida por um
respeito tradicional. Hoje o republicanismo já nom é privativo da Federaçom
mais foi ela a que republicanizou a nossa colectividade, que é hoje o melhor
puntal da causa republicana. "E que todos saiban que para nós hai dúas
verbas sagradas: República e Galiza"143.
Em junho de 1949, com motivo do 13º aniversário,
Castelao, já vítima dumha dor física, produzida polo cancro que o tem postrado
no leito desde março, que nom lhe permite coordenar bem as ideias, dirigiu umha
mensaje aos galegos de Bos Aires na que promete falar dos acaecimentos que
padece a colectividade galega, "pois estou no segredo das manobras, e
conhezo bem aos alacráns que as dirixen. O ataque vai contra o galeguismo
organizado da nosa colectividade e em benefício dos franquistas e monárquicos.
... é um ataque dirigido principalmente contra o republicanismo. ... Velahí por
que eu, no día de hoje, denúncio como traidores a cantos sementan a discórdia
na nosa colectividade, injuriando e calumniando o galeguismo, com o único
objecto de servir aos inimigos da República democrática e liberal"144.
Termina sublinhando a importância do galeguismo organizado nom só para defender
os interesses de Galiza senom tamén as esências do republicanismo, "que
nom podem ser outras que a democracia e a liberdade"145.
2.4.- Valorizaçom dos diversos reis espanhois
2.4.1.- Asmonarquias sueva, galaico-astur e
borgonhona
Os suevos criarom a primeira monarquia católica de
Espanha146, e, por conseguinte, Galiza foi a primeira monarquia
espanhola147, mais antes de ser estado já foi naçom e
antes de ser monarquia já foi república, porque "Galiza nunca foi
prédio de Reis porque desde tempos imemoriais estava em poder dos seus filhos"148,
e "antes de existirem estas hierarquias ja os galegos cobriam a sua
terra em amorosa posesom, e practicavan o princípio que em 1931 recolheu o
programa galeguista: «A terra para o Trabalho; o trabalho para a Terra»"149.
O rei visigodo Leovigildo seria quem despojou do seu trono ao derradeiro rei de
Galiza, e, máis tarde, o rei galego Garcia morreu apreixado por seu irmám
Afonso VI, mas a incorporaçom de Galiza ao reino godo foi só eclesiástica.
"O derradeiro rei de Suevia foi despojado por Leovigildo e rematou a
sua vida no servizo da Igreja, como despóis o rei García de Galiza había de
morrer apresado no castelo de seu irmán Afonso VI (tal é sempre a infelicidade
política do noso país); mais a incorporaçom de Galiza ao reino godo de Toledo
foi meramente eclesiástica. Conservou o esquema de Estado e nom se alterarom as
demarcaçons da propriedade rústica"150. Afonso VI seria
quem dividiria Galiza em dous condados151, asignados a Raimundo e
a Henrique de Borgonha, casados respectivamente com Urraca e Teresa152,
iniciadores da dinastia de Borgonha. O imperador Afonso VII é presentado em
"Alba de glória" na comitiva dos imortais galegos "com cetro
na destra, espada na sinistra e coroa de ouro e pedrerias nas sens"153.
Afonso IX, escrebeu, ao igual que Afonso X, seu neto, e outros enxenhos
castelhanos, em galego154, e tanto Afonso IX, como o seu filho
Fernando III e o seu neto Afonso X, educarom-se na Galiza155.
Afonso X, avó de Dom Dinis de Portugal, foi o compositor das Cantigas.
Do reinado de Afonso XI provém a anomalia da falta de representaçom de Galiza
em Cortes, "nas que falava Zamora por nós e sem o noso consentimento"156,
por ter limitado este monarca, nas Cortes de Alcalá de 1348, a dezasete o número
de deputados.
2.4.2.- A dinastia de Trastámara
Com Joam II comezarom os reis a fomentar o espírito
popular, organizando Irmandades de viláns, com a finalidade de mermar o poder
dos nobres e acrescentar o próprio. Durante o seu reinado, tem lugar, em 1431, a primeira revoluçom
irmandinha157, capitaneada por Roi Xordo que seria
sufocada polas tropas reais e episcopais. A política demagóxica de Joam II
seria continuada por Henrique IV e despois por Isabel I. "Os reinados
de Joám II e Henrique IV decorrerom para Galiza num espantoso desconcerto, no
que se malgastou a energia acumulada em séculos de paz e confianza"158.
No reinado de Henrique IV estalou, no 1467, a segunda sublevaçom dos irmandinhos,
capitaneada por fidalgos, na que a "gente das vilas e cidades libres
confradouse cos camponesess para formarem um grande ejército e abatirem os
Senhoríos"159.
O testamento de Isabel a Católica, da qual o culto
sobrevive na consciência de muitos homes160, foi unionista e nom
uniformista161, pois nel nom existe o afám de unificar
politicamente Espanha; nom revela umha unidade de Estado e muito menos de
naçom. Castela e Leom eram a metrópole dum império no que Galiza nom era serva
de Castela senom que figurava como um membro aderido, "como pode selo
agora calquer Estado libre da Comunidade Británica. A Coroa de Castela nom
tinha máis atribuçons das que Filipe II ostentou máis tarde sobre Portugal,
cando ante as Cortes de Tomar, em 1583, jurou «guardar os foros e costumes da
naçom portuguesa, e que o seu governo,
administraçom e economia marcharíam separados do resto das de Espanha». Galiza,
polo tanto, seguia em liberdade, existindo de por si, e com máis categoria que
o Senhorio de Viscaia ou o Condado de Barcelona, posto que era um Reino"162.
Isabel nom era raínha de «Espanha», senom dos diversos reinos particulares, por
máis que nunca houbesse umha «Espanha» máis grande e máis verdadeira.
Considerava perigoso que os seus sucessores violassem a liberdade dos povos de
«Espanha», em que cada reino tem leis, foros, direitos, usos e costumes
próprios e diferentes e governo próprio, que deve ser ostentado polos seus
naturais. Os espanhois nom "vem que os nosos anceios autonomistas cabem
folgadamente nos preceptos da Carta testamentária de Isabel, estabelecendo só
a relixiom católica como base común, como pensamento unificador163.
Aínda que passam por ser os forjadores da unidade espanhola, Fernando casou em
segundas núpcias para dar-lhe um descendente a Aragom e só á "esterilidade
da segunda mulher de Fernando se deve a soldadura de Castela e Aragom"164.
Um jeito de actualizar a sabedoria de Isabel, seria a instauraçom, nos nossos
dias, dumha República federal165. "Nós atopamos
no testamento de Isabel algo que deve ser respeitado e que pode ser comprido.
Somos federalistas e nom esnaquizadores da realidade espanhola, e em
acatamento dos feitos que o tempo criou, ja nom discutimos que a Capital de
Espanha esteja no Centro ou que a língua do Estado seja o idioma de Castela. O
que negamos é o Estado unitário e centralista, sem porvir de justiça nem asomos
de normalidade, cujo poder só se presenta aos espanhois em figura de
guarda-civil ou de recaudador de contribuçons"166.
Os Reis Católicos nom lograrom a unidade espanhola167,
só a comezarom, e seria levada a cabo por Filipe II168.
Apesar dunha faceta positiva que Castelao acha no
reinado de Isabel e Fernando, critica com dureza a faceta colonizadora sobre a
naçom galega . Do Estado de feitura isabelina, provén a decadência de Galiza. O
período que vai de Isabel I a Filipe IV é de escravatura política169.
O Estado espanhol, que enarvora como insignia a camisa suja de Isabel, produziu
a miséria moral e material da nossa terra170. Galiza foi "vencida
e asovalhada polos Reis Católicos"171. Nom se pode
negar que os Reis Católicos "vencerom e aferrolharom a Galiza, e
que a política centralizadora produciu um esvaimento da nosa personalidade,
reducindo a nosa língua culta a umha língua rústica-, mais apta para calquer
renascência cultural"172. O catolicismo
castelhano leva a impronta de Isabel e Fernando, um catolicismo exclusivista,
que se aproveita do catolicismo em quanto fomenta o seu egoísmo e orgulho.
"O catolicismo de Castela nom é ecuménico, senón esclusivo. Os
castelhanos som católicos ao jeito de Isabel e Fernando, que nomeavan Bispos e
Dignidades, que anulavan bulas e decretos pontifícios e que se converteram em
juíces supremos de toda causa canónica"173. A
paulinha dos Reis Católicos contra nós foi umha consigna de Estado,
produto do maquiavelismo castelhano174, e "umha de
dúas: ou nós tronzamos a paulinha dos Reis Católicos ou nom somos dignos
de chamarnos galegos; é dizer, ou impomos o respeito que se nos deve ou nos
declaramos merecedores de todo canto se dijo contra nós"175.
É falso que os Reis Católicos abatessem a tirania dos senhores para
buscarem o sossego e benestar da plebe, porque a paz só pode provir dos
caminhos da liberdade176. Á morte de Henrique IV, os nobres
galegos levantarom-se, se bem o fixerom em defesa dos seus foros177,
contra Isabel, a Usurpadora178, apoiada polo Conde de
Lemos e a cidade de Santiago179, e em prol dos direitos
de Dona Joana, a Beltraneja180, a quem Isabel lhe
usurpara a coroa valendo-se da intriga e da mentira181, respondendo os Reis
Católicos a estes actos de rebeldia com a "doma e castraçom do
reino de Galiza"182, por tropas castelhanas lideradas por
Ladron de Guevara, que remataria com o poder senhorial com a decapitaçom de
Pardo de Cela o 17 de dezembro de 1483. A partir dessa «doma e castraçom», a
língua galega quedou proibida na Administraçom, nos Tribunais, no ensino, e a
Igrexa mesma evitou que nós, os galegos, rezássemos na nossa própria língua183.
Como resultado dessa repressom, Galiza ficou incorporada á Coroa de Castela,
nom como um reino calquer, senom "submetida a um régime de colónia
conquistada e indigna de ejercer direitos políticos. Os Reis Católicos
domarom a nobreza e castrarom ao povo para trocarem deste jeito umha forza de
touros em forza de bois"184. Nomearom Presidente e
Governador do reino de Galiza ao Conde de Alba de Liste, um Virrei com poderes
absolutos, tratando "a Galiza e ao noso povo pior que âs Indias e aos
indios"185; enviarom a Galiza dous magistrados que
"«com ajustiçar o Marechal Pardo de Cela e
outros fidalgos» deixarom a autoridade real no seu ponto"186, criarom em 1480 a Audiência de Galiza
"«para governar e manter os nossos povos em toda quietude»"187,
encomendando-lhe a pacificaçom do nosso país aos xuíces Fernando de Acunha e
López de Chinchilha. Os Reis Católicos "apagarom os incéndios e
ensumirom a Galiza numha noite de séculos, que algúns cronistas chaman de paz e
sosego"188, "tronzarom a nosa grande
revoluçom, a que, com o benestar social, nos daria independência política"189.
Máis ruim que o imperiopolítico foi o imperiorelixioso
polo que ficamos submetidos espiritual e disciplinariamente á Valhadolid.
"A catolicidade de Isabel foi a ganzúa com que Castela entrou a furto
em Galiza, submetendo a nosa Igrexa â súa tutela e impondo-nos, desde o altar,
a lingua, a cultura, a intransigência e o fanatismo dos castelhanos"190.
Aínda que a rainha Isabel estabelecera no seu testamento que os cargos
eclesiásticos deveriam ser para naturais do reino, "Fernando e Isabel
conculcarom arreo esta manda"191.
Os Reis Católicos -falsificadores de Bulas
apostólicas-192, aferrolharom Galiza servindo-se de
artimanhas inobres. Levarom para Castela todo quanto significava riqueza,
valimento e poderio. Ordenarom que os grandes senhores de Galiza fossem levados
a Castela sob pena de morte, com o qual se iniciou a desventura de Galiza.
"a desventura de Galiza iniciouse co absentismo dos grandes senhores,
imposto polos Reis Católicos para engrosarem a grandeza de Castela e, de
paso, eliminarem as nosas arelas de independência. A súa política arteira e
maquiavélica, levounos a ensalçar os nobres galegos cando se tratava de
aproveitalos para combater em Granada"193. O "desterro
dos grandes aristócratas galegos foi um acto alevoso próprio dos Reis
Católicos, que así decapitavam a umha naçom sem que a mesma naçom se
enterase, burlando ao mesmo tempo o juiço da historia"194.
Dise que a política dos Reis Católicos, com as súas intrigas,
deslealdades, a súa carência de escrúpulos, a súa habilidade para conseguir os
objectivos da súa retorcida política, foi a que inspirou as cínicas teorias de
Maquiavelo. Afondarom o divórcio do povo com os seus aristócratas, apuntalarom
a estrutura feudal do nosso país, decretarom o absentismo dos senhores galegos,
impuxerom a lei do «pau e tente teso» para que a paz fosse a que convinha a
Castela, confiscarom a voz e o voto de Galiza em Cortes, e "para que em
Galiza nom pudese surgir umha elite natural, capaz de substituir a
nobreza do sangue, cegarom as fontes patrimoniais do noso espírito e da nosa
cultura, submeténdonos â reitoria moral de Castela"195.
Umha vez submetidos os nobres galegos, os Reis
Católicos procurarom contenta-los para procurar a súa adessom para
utiliza-los nas empresas do império. "Ocorreu que os monarcas
castelhanos, em vez de premiarem ao povo galego, polos serviços que lhes
prestara, «reavivarom a condiçom feudal com que vinha constituída a propriedade»,
trocando deste jeito a precária tirania dos senhores em perdurável e
irreprimível tiranía do Estado. E nisto consistiu a verdadeira doma de
Galiza"196.
A justiça de Castela declarou caducados umha cheia de
foros, devolvendo-os aos donos de domínio directo, que despojarom aos míseros
labregos ou lhes impuxerom um canom tam subido que facia impossível o trabalho
da terra. "Se os Reis Católicos liberasem o povo galego do
senhorio feudal, ja que decretaram a sua doma, ou se Galiza pudese seguir
regéndose por próprias leis, usos e costumes, é seguro que o noso campesinho
daria o prototipo da justiça social que em Espanha se necesita, em vez de ser
umha vítima constante dos usos, costumes e liortas de Castela. Mais, a dizer
verdade, o noso país era dono de fondas tradiçons e mal podia caber no Estado
vandálico, que criarom os Reis Católicos"197.
Os nossos labregos, por si sós, forom capaces de aligeirarem a carga das suas
terras, "mais jamáis nos consolaremos de ter caído baijo o jugo e as
frechas de Isabel e Fernando "198.
Os Reis Católicos entendiam que governar era
mandar e que um país estava bem governado cando obedecia cegamente. Com esta
finalidade, criarom a Audiência de Galiza, com letrados castelhanos e presidida
polo Governador, representante da Coroa. Como complemento da Audiência, o
Governador ajuntava o Reino, do que formavam parte os procuradores elegidos
polos concelhos capitais de província. "De modo que os Reis
Católicos consideravan que Galiza estava dabondo representada na vontade
de cinco concelhos e com cinco concelheiros"199.
2.4.3.- Os Austrias
Os Áustrias receberom em herdo dos Reis Católicos,
o antigo reino de Galiza, "coma se fose umha colónia de selvaxes
amansados, só apta para obedecer. A prova da nosa escravatura está em que
carecíamos de representaçom em Cortes"200. Os Áustrias e
os Borbons forom os iniciadores da violência assimilista201,
os importadores do cesarismo unitário e centralista202. Castela e Leom
eram, em tempos dos Reis Católicos, "a metrópoli dum Império,
claramente confesado por Isabel sem a hipócrita declaración de unidade
espanhola, que, baixo a pouta dos Áustrias e Borbóns, se trocou em «pingajo
de León»"203.
Carlos I impuxo-lhes aos castelhanos funcionários
flamengos204, e "entrou nas terras
hispánicas, acompanhado de insolentes forasteiros, para abolir, coa decapitación
dos vencidos de Vilhalar, a política tradicional de Castela. «Com a Espanha
austríaca -di-nos Cánovas del Castilho- pereceu a verdadeira, a antiga, a
grande Espanha dos Reis Católicos, nom quedando máis que o odio, que, a causa
do pasado, nos profesarom até agora unánimemente os estrangeiros»"205.
Antes de embarcar-se para Alemanha, convocou a Cortes em Santiago, abertas o
dia 31 de março de 1520, "e nelas forom eliminados os procuradores de
Galiza, estando presentes os do resto de Espanha; e, como se isto fose pouco,
obrigábase ao noso país a respeitar e acatar o que Zamora acordase por nós.
Todas as cidades de Espanha tinhan voz e voto nas Cortes de Compostela, menos
a própria Compostela e demais cidades galegas, pasando pola infame degradaçom
de ver chegar ao procurador de Zamora para representar-nos ao seu antollo"206.
Filipe II, -1934- um "rei triste, cruel e
indigesto que fugiu do mar e da auga para facer do seu sepulcro o centro
matemático dum cero enorme"207, cometeu o sacrilégio de
converter o "pudrideiro do seu corpo em templo de Jesús"208.
Galiza quer abrir o caminho da hispanidade, que tronzarom os governantes do
Centro, por ser o caminho que pode unir aos dous Estados peninsulares. "O
caminho dumha uniom natural e verdadeira. A uniom que nos dará vida e saúde. A
vida e saúde que se afogou no Escorial. O Escorial de onde saírom os piolhos de
Filipe II para facerem esta guerra nojenta"209. Filipe II
serviu de guia ao afám imperialista de Castela, o Impériodo nada210.
Foi Filipe II quem ordenou a última tala dos nossos montes, antes poboados de
árvores e agora "inteiramente calvos e «em maldita esterilidade» cando
podiam constituir a nosa fonte principal de riqueza"211. A
unificaçom espanhola nom foi realizada polos Reis Católicos senom por
Filipe II, que a considerou realizada com a anexom de Portugal. "Somentes
Filipe II creu ter consumado a unificaçom política da Península ao sentar-se no
trono portugués. Este feito singular ensanchou politicamente a realidade
federalista anterior, converténdose num régime confederal, que se reflite no
prudente títuuo de «Rei das Espanhas», adoptado por Filipe II e os demáis
Filipes até a separaóm de Portugal. Así, pode dizer-se que os Reis Católicos
comezarom a uniom dos povos hispanos, cuja uniom levou a cabo Filipe II, o
Prudente ... ; mais a unidade espanhola, ou sexa, a Espanha única, comeza em
1640, com a perda de Portugal e o robustecimento do polbo madrilenho. Dispóis
veu o demais"212.
Filipe II reinou em Portugal, como fruto de alianças
matrimoniais, pois "As dinastias portuguesas, enlazándo-se por meio das
suas mulheres coas de Castela, fixerom possível o reinado dos Filipes em
Portugal (Filipe II sentou-se no trono de Afonso Henriques como sucessor do
Maestre de Avis, ainda que detrâs del axexasem, as armas de Castela). Assi, o
dualismo político da Península -causa e origem da hegemonia castelhana em
Espanha- foi decote umha anécdota matrimonial, inzada de adultérios, na que
Castela era o varom e Portugal a femia"213. Governou a
naçom portuguesa dum jeito descentralizado, pois nas "Cortes de Tomar,
em 1583, jurou «guardar os foros e costumes da naçom portuguesa, e que o
seu governo, administraçom e economia
marchariam separados do resto das de Espanha»"214,
mas ainda que a fórmula de juramento feita em Tomar fosse tam equitativa como a
do Tanto Monta de Aragom e Castela "faltábalhe a Portugal a
segurança e garantia que, em fim de contas, só repousa na própria forza"215. A
estruturaçom federal de «Espanha» esvaeria os temores de absorçom de Portugal,
que sairia beneficiada pola aliança ou uniom hispana. "Seríanos doado
alviscar a prosperidade que Portugal alcanzou no período de alianza hispana
(período que inaugurou Filipe II como pudo ser inaugurado por um monarca
portugués que se sentase no sólio de Castela)"216. A
quimera imperialista de «Os Lusiadas» desaparece na persoa de Dom Sebastiam,
e é entom quando Filipe II, á par da soberbia de Castela, "representou
ô altivo e intransixente Portugal, realizando así, mal ou ben, a custódia do
«interesse peninsular». Em troques o dualismo restaurado em 1640 ensumiu a
Portugal numha situaçom de dependência denigrante, a mercé de potências
exóticas, sem esvair definitivamente o «perigo castelhano»"217.
Portugal, unida com Galiza, estaria em situaçom de "proscreber a
política absorvente de Castela e, no pior dos casos, sempre contaría com umha
base legítima para reivindicar as avantages do pacto jurado por Filipe II ou da
fórmula liberal que sempre se lhe acredita âs verdadeiras nacionalidades"218.
Em 1557, reinando Filipe II, fixo-se umha capitulaçom
em Valhadolid, assinada ante escriváns polos regedores de Santiago, A Corunha,
Betanços, Lugo e Mondonhedo, na que se pede ao Rei que repare a injustiça de
que o Reino e as referidas cidades nom tivessem voto em Cortes, oferecendo
vinte mil ducado por esta representaçom, petiçom que Filipe II ignorou219.
A «Junta Xeral do Reino de Galiza», nom surgiu durante o reinado dos Reis
Católicos senom que nasce como corporaçom permanente ao inaugurar-se o
reinado de Filipe III220. Durante o seu reinado, o Conde de Lemos
protesta por negar-se este monarca a conceder a Galiza voz e voto em Cortes221,
desouvindo as petiçons dos procuradores das cidades galegas que em 1599 "acordarom
mandar dous delegados â Corte com objecto de redimir o voto em Cortes e gestionar
outros asuntos"222.
Em 1640, reinando Filipe IV, tem lugar a
independência de Portugal, motivada pola torpeza do Conde-Duque de Olivares,
que quixo converter Portugal em província espanhola223. No seu reinado,
em 1623, Galiza ve restituído o seu voto em Cortes, douscentos setenta e cinco
anos despois da súa injusta confiscaçom e dum século de reiteradas demandas.
"A concessom fíxo-se por conselho do primeiro ministro de Filipe IV,
que era o Conde de Monterrei, para afogar com este favor o desasosego que se
sentia na Galiza por contagio de Portugal"224. O importe do
resgate elevou-se á exorbitada quantidade de cem mil ducados que, teoricamente,
seriam investidos na fabricaçom de seis navios para a armada que serviriam para
defesa das nossas costas225 mais que na realidade se utilizarom para
defender as costas de Guipúscoa226.
Os monarcas espanhois, desde Isabel I a Filipe V,
outorgavam títulos honoríficos cada vez máis excelentes ao nosso Reino, a
medida que acrecentava a pressom contributiva sobre o nosso país227.
2.4.4.- Os Borbons
A lei única perverteu a instituiçom galega dos foros
mais a Real Provisom de Carlos III, de 1783, foi umha nova estafa jurídica,
pois limitou-se a estabilizar o "direito dos perceptores e pagadores de
rendas, sem abrir nengumha possibilidade â redençom forzosa das terras,
deixando nas mans de Deus, e nom do Estado, a doada liquidaçom do problema"228.
Só deixou em suspenso a tramitaçom e ejecuçom das demandas e, "longe de
abolir a injustiça que pesaba sobre Galiza, equiparou os direitos anacrónicos
do senhorío feudal aos vigentes da propriedade"229.
Fernando VII, por quem piavam os espanhois230,
foi um rei pior que Jose I231, e o criador da
arbitrária e irracional divisom administrativa do provincialismo232.
A súa "insofrível tirania"233 produziu no
nosso país, "ja nom dúvida amorosa, senom o franco desejo de arredar-se
de Espanha para ingresar em Portugal "234.
O período que vai de Isabel I a Isabel II foi um
período absorvente que nos deixou umha Espanha inconstituída e inepta
politicamente, "mais capaz das máis tolas violências"235.
Umha vez destronada Isabel II, os homes da revoluçom setembrina buscavam um
rei que nom fosse um Áustria nem um Borbom, semom um home dumha dinastia
liberal, elecçom que recaeu em
Amadeo I, um rei "leal e cabaleiro até o intre que
veuse obrigado a renunciar"236.
Afonso XIII é o representante de Fernando VII, como
dizia umha caricatura do Simplicisimus237, que buscava um
pretexto para invadir Portugal. "Este
teimoso propósito quixo realiza-lo Afonso XIII, a quem nom se lhe ocorreu
melhor cousa que mandar o Embaixador polos Cafés de Lisboa â cata dumha labazada,
e, por ende, do pretexto para invadir Portugal; mais Canalejas tronzou a
manobra"238.
3.- Conclusom
A evoluçom ideolóxica de Castelao, a respeito da
forma de Estado, estivo fortemente influenciada polo movemento galeguista,
tanto das Irmandades como do Partido Galeguista, ao que pertenceu. Defensor num
princípio da monarquia afonsina, passa a seguir por umha etapa na que a súa
praxe nom está isenta de certa ambigüidade, ou polo menos falta de
combatividade, para converter-se, a partir do ano 1933, num dos máis decididos
defensores da legalidade republicana. A idea reitora que vai condicionar a
aceptaçom ou o rejeitamento da monarquia ou república é a súa idoneidade para
contribuir á libertaçom nacional de Galiza, pois o problema central nom
é monarquia ou república, senom centralizaçom ou descentralizaçom. Para
Castelao, em princípio a República é máis pura e respeita melhor os direitos
colectivos que a Monarquia, lastrada esta por umha longa história centralista e
incapaz de estabelecer um sistema ancorado nas realidades vivas do país. A
Monarquia é sinónimo de monotonia, unidade, absolutismo, imperialismo,
uniformismo, centralismo, despotismo, aliada do clericalismo, capitalismo e
militarismo, intransigência, autoritarismo, domadora da vontade popular, em
canto que República é igual a variedade, liberdade, descentralizaçom,
liberdade, tolerância, autonomia e democracia, e, por conseguinte, a
República, se é democrática, é um sistema que, em princípio, deve ser
preferido, mais as repúblicas podem ser tam detestáveis como a monarquia, se
nom aseguram sobre bases sólidas a liberdade e a autonomia dos grupos que
constituem umha naçom. Assi a República
do 31, traduzida do jacobinismo francés, ainda que respeitosa com os direitos
individuais, defraudou tamém as esperanzas que nela tinham depositado os
representantes das nacionalidades periféricas, pois em vez de constituir-se
como umha República federal, como Castelao defendeu teimudamente, ficou
meramente em
federável. Esta forma concreta de república, produto dos
monárquicos disfarçados de republicanos, tampouco responde á variedade
espanhola, mais é útil em quanto que pode servir de trampolín para a súa
conversom numha República federal, única forma de governo que responde
plenamente ás exigências dos diversos povos peninsulares. Daí que, como afirmou
em 1948, República e Galiza som dúas palavras sagradas.
A valorizaçom dos monarcas espanhois céntra-a
principalmente nos Reis Católicos, reonhecendo que no testamento de
Isabel lhe outorgavam amplas liberdades a Galiza, ainda que, com respeito da
praxe política do seu reinado, o seu juíço é marcadamente negativo, distinçom
que explica, ainda que só parcialmente as opinions dispares que emite sobre a
sua política nom isentas de contradiçom, pois, por umha parte, afirma que
Galiza era umha espécie de membro aderido do impériocastelhano e, por outra, di
que Galiza ficou submetida a um rexime de colónia conquistada e indigna de
exercer os seus direitos políticos, tratada pior que os índios e as Índias; por
umha parte, Galiza desfrutava de liberdade e, por outra, nom se regia polas
súas próprias leis, usos e costumes. Tamém incorre em contradiçom ao sinalar o
momento em que Galiza
perdeu o voto em cortes, que umhas vezes situa no reinado de Afonso XI, outras
no dos Reis Católicos, e outras no de Carlos I.
Especialmente crítico se amostra o nosso compatriota
com as duas dinastias estrangeiras que reinarom na España, os Ástrias e os
Borbons, que tiverom sempre un ideal centralista e unitarista, umha política
opressora, que dispunha dos Estados como se fosem a sua parcela particular e
sempre opostas ao triunfo da democracia e da liberdade.
1. CASTELAO, Sempre en Galiza, (SG), Akal, Madrid, 1977, p. 365.
2. SG, p.
319.
3. SG,
366.
4. SG,
410.
5. SG,
410.
6. SG,
456
7. SG,
459.
8. SG, p. 172.
9. Como afirma
Ramón Rey Baltar, isto nom significava que os redactores estivessem
identificados com a linha do político malhorquim. "O que pasava era
que, para loitar com probabilidades de éxito em contra do cacique de Rianjo,
Dom Manuel Viturro, secretario da Deputación provincial da Corunha e
lugartenente de Gasset na mesma província, había que buscar amparo num partido
forte e inimigo dos liberales, e ese amparo deuno o marqués de Figueroa, ex
ministro conservador, a través do seu representante em Padrón, D. Ramón Toxo,
home de grande cultura e advogado de fama, que ocupara altos cárregos
políticos". (REY BALTAR, RAMÓN, El barbero municipal, Primeiras
caricaturas de Castelao, em DURÁN, J.A., El Primer Castelao, ( EPC ), Siglo veintiuno de España Editores, Madrid, 1972, p. 289).
10. Em alusión á
súa colaboración no semanario rianxeiro conservador e monárquico, El barbero
municipal.
11. EPC, pp. 66, 68-71.
12. El Barbero Municipal, (BM), nº. 3, 13/08/1910.
13. «Ha llegado la
hora», em BM, nº. 129, de
28/12/1912
14. ASIEUMEDRE, «A
espada do fidalgo», em
El Barbero Municipal , nº. 58, de 5/08/1911
15. EPC., pp. 143-144.
16. PINhEIRO,
RAMÓN, «Castelao, político», em Anthropos, nº. 65 (00/10/1986) p. 39.
17. LORENZANA,
SALVADOR, «Limiar», em
VILhAR PONTE, ANTÓN, Pensamento e sementeira, (PS), Ediciones Galicia, Bos Aires, s/d, p. 10.
18. VILAS NOGUEIRA, XOSÉ, O estatuto Galego, (EG), Rueiro, A Coruña, 1975, EG, p. 86.
19. Carta de
Vicente Risco a Eduardo Blanco Amor de 6/06/1930, em BA, T. XIV-XV,
1986, p. 48.
20. Carta de
Vicente Risco a Eduardo Blanco Amor de 6/06/1930, em BA, T. XIV-XIV,
1986, p. 49.
21. «Novas da
causa», em A Nosa Terra (ANT), nº. 277 (01/11/1930), p. 4. Cf. SG, p. 471.
22. «O
nacionalismo galego e o momento autual. Decraración de fe repubricana dos
nazonalistas galegos», em ANT, nº. 283 (01/05/1931), p. 2.
23. ÁLVAREZ GALLEGO, GERARDO, Vida, paixón de morte de Alexandre Bóveda, (VPM), Rdicións Nós, Bos Aires, a972, p. 101.
24. CASTELAO, «A
Vountade galega», em Nova Galiza, (NGA), nº. 18 (xunho-xulho/1938), p. 10. Cf. SG, p.
69 e 471.
25. SG, p. 69, 471. Cf. tamén «La posición ideológica de
Galicia», em PE, p. 104, e «Historia Sintética do autonomismo Galego»,
em PE, p. 174.
26. SESTO, XOSÉ,
«Notas autobiográficas», em VV.AA., Bóveda e Castelao, irmáns, (CBI), Promocións Culturais Galegas, 1977, p. 42.
27. «A Asambreia
de Pontevedra», em ANT, nº. 291 (01/01/1932), p. 3.
28. «Programa do
Partido Galeguista», em ANT, nº. 291 (01/01/1932), p. 4.
29. «El mitin de
ayer em Maside», em Heraldo de Galicia, nº. 79, (09/05/1932), p. 1.
30. «Programa de acción pra os Grupos Galeguistas
aprobado na II asambreia - 1933», em ANT, nº. 300 (09/07/1933).
31. «Programa de acción pra os Grupos Galeguistas
aprobado na II asambreia - 1933», em ANT, nº. 300 (09/07/1933).
32. GRANJA, JOSÉ LUIS DE LA, «La alianza de los
nacionalismos periféricos en la
II República: Galeuzca», em CC, p. 326.
33. «Teoría do
nacionalismo galego», em RISCO, VICENTE, Obra Completa, (OCR), Akal, Madrid, 1981, p. 52.
34. «Castelao en
el frontón», em ESTÉVEZ, XOSÉ, iMPENITENCIAS GALEUZCANAS, (IGA) Ediciós do Castro, Sada, 1992, , p. 140.
35. CASTELAO, OTERO PEDRAYO, SUÁREZ PICALLO, VILLAR PONTE, Discursos parlamentarios 1931-1933, (CDP) Ediciós do Castro, Sada, 1978, p. 83.
36. «Renovación»,
de decembro de 1933. Tomado de SIXIREI, CARLOS, Alfredo Somoza. Encadramento histórico dunha figura esquencida do galeguismo, (ASO),
Ediciós do Castro, Sada, 1987, p. 59.
37. CASTELAO,
«Dous feitos», em ANT, nº. 332 (20/05/1934), p. 1.
38. «O gran mitin
galeguista de A Cruña», en ANT, nº. 337 (23/06/1934), p. 3.
39. LOIS GARCÍA,
XOSÉ, «Castelao em Catalunya, no período da guerra civil. 1937-1938», em Congreso Castelao, (CC), Universidade de Santiago de Compostela, 1989, p. 101, di que foi o 14/07/1934, pero se foi
um domingo, como se recolhe em ANT, nº. 339 (07/07/1934) no que se di
que vai ser manhá domingo, e ANT, nº. 340 (14/07/1934), no que se fai a
súa resenha, nom puido ser o 14 que foi um sábado. Tivo que ser o 8.
40. «Mitin de
Ourense», em ANT, nº. 339 (14/07/1934), p. 2.
41. «Mitin de Ourense», em ANT, nº. 340
(14/07/1934), p. 2.
42. «O mitin de
Ourense», em ANT, nº. 340 (14/07/1934), p. 2.
43. CASTELAO, «Os
históricos», em ANT, nº. 350 (29/09/1934), p. 1.
44. CASTELAO, «Os
históricos», em ANT, nº. 350 (29/09/1934), p. 1.
45. CASTELAO, «Os
históricos», em ANT, nº. 350 (29/09/1934), p. 1.
46. SG, p. 276.
47. SG, p. 24.
48. SG, p. 24.
49. SG, p. 24.
50. CASTELAO,
«Verbas de chumbo», em ANT, nº. 371 (22/06/1935), p. 1.
51. CASTELAO,
«Verbas de chumbo», em ANT, nº. 371 (22/06/1935), p. 1.
52. «Actividades
galeguistas. O mitin de Vilagarcía», en ANT, nº. 391 (22/11/1935), p. 2. A referência que figura
unida ao nº. 306 de ANT, (18/08/1933), p. 3 é incorrecto.
53. «Os
importantes actos de Vilagarcía», em ANT, nº. 393 (06/12/1935), p. 3.
54. «Aitividades
galeguistas. O grandioso mitin de Muros», em ANT, nº. 395 (20/12/1935),
p. 2.
55. SG, p. 60.
56. SG, p. 61.
57. SG., p. 61.
58. SG, p. 64.
59. SG, p. 73.
60. SG, p. 108.
61. SG, p. 182.
62. SG, p. 199.
63. SG, p. 64.
64. SG, p. 183.
65. SG, p. 174.
66. SG, p. 73. Esta ideia vai ser reiterada na conferência
sobre «Federalismo espanhol» pronunciada na Universidade de La Habana, o 17/12/1938. MONTEAGUDO, HENRIQUE, Castelao: Conferencias e discursos, (CCD), Fundación Castelao, 1996,
p. 181).
67. SG, p. 75.
68. SG, pp. 156-157.
69. SG, p. 81.
70. SG, p. 97.
71. SG, p. 110.
72. SG, p. 114.
73. «Fragmentos
sobre a Guerra de España (1938-1939)», em CCD, p. 157.
74. «Federalismo
español», (17/12/1938), em VV.AA., Castelao 1886-1950, (CMC), Ministerio de Cultura, Madrid, 1986, p. 25.
75. «Federalismo
español», (17/12/1938), em CMC, p. 25.
76. «Federalismo
español», em CMC, p. 29.
77. SG, p. 172.
78. SG, p. 172.
79. SG, p. 197.
80. SG, p. 173.
81. SG, p. 174.
82. SG, p. 175.
83. SG, p. 212.
84. SG, p. 243.
85. SG, p. 207.
86. SG, p. 210.
87. SG, p. 210.
88. SG, p. 211.
89. «Verbas
limiares» a Co pensamento na patria galega, (06/1942), em PE, p.
56.
90. «Carta a
Salvador de Madariaga», (10/02/1940), em CASTELAO, Obras, (OCA), Galaxia, Vigo, 2000, p. 341.
91. RISCO,
VICENTE, «Políteca do noso tempo», em OCR, p. 102.
92. «A liberdade», em ANT, nº. 426
(25/07/1942), p. 1.
93. SG, p. 293.
94. SG, p. 327.
95. SG, p. 281.
96. SG, p. 297.
97. SG, p. 254.
98. SG, pp. 304-305.
99. SG, p. 305.
100. SG, p. 305.
101. SG, p. 324.
102. SG, p. 331.
103. «O grandeiro
Aito Republicán de Montevideo Fixose Baixo o Sino Federal», em ANT, nº.
428 (25/07/1943), p. 6.
104. SG, p. 258.
105. Carta de
Castelao a José Antonio Aguirre de 29/11/1943, em Castelao. As cartas de América, (CA), A Nosa Terra, A Nosa Cultura, nº. 12, p. 20.
106. CASTELAO, «O
problema ferroviario de Galiza», em ANT, nº. 431 (00/10/1944), p. 5.
107. CCV, p. 246.
108. «Carta oficial do Consello de Galiza», (26/03/1945),
em CASTRO, XAVIER, Castelao e os galeguistas do interior, (CGI), Editorial Galaxia, Vigo, 2000, p. 164.
109. IG, p. 122. Cf. CASTELAO, «El martirio de Guernica»,
(04/1945), em PE, p. 96.
110. CCV, p. 251, e ANT, nº. 437 (00/04/1945), p. 5. Cf.
CASTELAO, «El martirio de Guernica», em PALMÁS, RICARDO, Castelao: Prosa do exilio, (PE), Edicións do Patronato da Cultura Galega, Montevideo, 1996, p. 96.
111. «Situación actual de Galeuzca. Informe dirigido al
Comité Ejecutivo del Partigo Galleguista», (02/1945), em CGI, p.
141.
112. «O presidente
do Consello de Galiza Afonso R. Castelao fixa a posición política do galeguismo
n-iste intre hestórico. Discurso no Ateneo de Montevideo», em ANT, nº.
440 (00/07/1945), p. 11.
113. «La posición
ideológica de Galicia», (06/1945), em PE, p. 115.
114. «La posición
ideológica de Galicia», em PE, p. 117.
115. «La posición
ideológica de Galicia», em PE, pp. 117-118.
116. ICG, p. 235.
117. ICG, p. 246.
118. «Telegrama del Presidente Aguirre a Jesús de
Leizaola», em ANT, nº. 444 (00/01/1946), p. 5. Cf. Crónicas. Castelao y los vascos, (Coorden. Anasagasti), Ikatz ekintza, Bilbao, 1985, pp.
373-375.
119. «Contestación
de Castelao a «La
Pasionaria»», em ANT, nº. 444 (00/01/1946), p. 4.
120. ESTÉVEZ XOSÉ, Antología del Galeuzca en el exilio (19391960, (AGE), Nova galicia Edicións, Carlos del Pulgar, Vigo, 1994, p. 245.
121. AGE, p. 245.
122. «Carta a Pi i sunyer», (16/01/1946),
em OCA, T. 6, p. 578.
123. «Carta a Manuel Portela Valhadares», (21/02/1946), em
OCA, T. 6, p. 585-586.
124. «Carta a Manuel Portela Valhadares», (21/02/1946), em
OCA, T. 6, p. 586.
125. «Informe ós galeguistas do interior», (31/03/1946),
em OCA, T. 6, p. 599.
126. «A
colectividade de Boa Aires celebra o 10 aniversario do plebiscito. Acto do
centro Asturiano», em ANT, nº. 448 (00/06/1946), p. 4.
127. SG, p. 460.
128. SG, p. 211.
129. SG, p. 473.
130. «6 de Outubro
de 1947. Carta a Manuel de Irujo», em CA, p. 47.
131. «Galiza asume
a defensa da República», em ANT, nº. 455 (00/04/1947), p. 4.
132. «Galiza asume
a defensa da República», em ANT, nº. 455 (00/04/1947), p. 4.
133. «6 de Outubro
de 1947. Carta a Manuel de Irujo», em CA, p. 48.
134. «6 de Outubro de 1947. Carta a Manuel de Irujo», em CA,
p. 44.
135. «6 de Outubro
de 1947. Carta a Manuel de Irujo», em CA, p. 49.
136. «Conmemoración
do 12º Aniversario do Plebiscito Galego», em ANT, nº. 462 (00/06/1948),
p. 4.
137. «Conmemoración
do 12º Aniversario do Plebiscito Galego», em ANT, nº. 462 (00/06/1948),
p. 4.
138. Publicado em ANT,
nº. 462 (00/06/1948), pp. 1, 6 e 7.
139. «Conmemoración
do 12º Aniversario do Plebiscito Galego», em ANT, nº. 462 (00/06/1948),
p. 5.
140. «Conmemoración
do 12º Aniversario do Plebiscito Galego», em ANT, nº. 462 (00/06/1948),
p. 5.
141. HIF, T. I, p. 260.
142. «20 de
Setembro de 1948. Carta a Ramón Somoza», em CA, p. 54.
143. «Eloxio da
Federación de Sociedades Galegas», em ANT, nº. 465 (00/11/1948), p. 1.
144. «Mensaxe do
Presidente do Consello de Galiza D. Afonso R. Castelao», em ANT, nº. 469
(00/06/1949), p. 1.
145. «Mensaxe do
Presidente do Consello de Galiza D. Afonso R. Castelao», em ANT, nº. 469
(00/06/1949), p. 1.
146. SG, pp. 36, 375.
147. SG, p. 273.
148. «Xeiras de
Galeguidade», em ANT , nº. 426
(25/07/1942).
149. SG, p. 274.
150. SG, p. 263.
151. SG, p. 335.
152. SG, p. 224.
153. SG, p. 429.
154. SG, p. 51.
155. SG, p. 350.
156. SG, p. 378.
157. SG, p. 368.
158. SG, p. 371.
159. SG, p. 370.
160. SG, p. 65.
161. SG, p. 23.
162. SG, p. 310.
163. SG, pp. 311-312.
164. SG, pp. 313.
165. SG, p. 313.
166. SG, p. 314.
167. SG, p. 283.
168. SG, p. 314.
169. SG, p.. 407.
170. SG, p. 133.
171. SG, p. 102. Cf. tamém p. 259.
172. SG, p. 67.
173. SG, p. 193.
174. SG, p. 372.
175. SG, p. 240.
176. SG, p. 372.
177. SG, p. 37.
178. SG, pp. 371, 240, 309.
179. SG, p. 372.
180. SG, p. 240. Cf. tamém p. 372.
181. SG, p. 309.
182. SG, p. 371.
183. CDP, p. 16.
184. SG, p. 373.
185. SG, p. 374.
186. SG, p. 374.
187. SG, p. 374.
188. SG, p. 375.
189. SG, p. 375.
190. SG, p. 375.
191. SG, p. 376.
192. SG, p. 378.
193. SG, p. 379.
194. SG, p. 381.
195. SG, p. 382.
196. SG, pp. 282-283.
197. SG, p. 385.
198. SG, p. 386.
199. SG, p. 388.
200. SG, p. 391.
201. SG, pp. 24, 65.
202. SG, p. 61.
203. SG, p. 310.
204. SG, p. 259.
205. SG, p. 312.
206. SG, p. 393.
207. «Dous feitos», em ANT, nº. 332
(20/05/1934), p. 1.
208. «Dous feitos», em ANT, nº. 332
(20/05/1934), p. 1.
209. SG, p. 34.
210. SG, p. 231.
211. SG, p. 273.
212. SG, pp. 313-314.
213. SG, pp. 336-337.
214. SG, p. 310.
215. SG, p. 339.
216. SG, p. 339.
217. SG, p. 341.
218. SG, p. 342.
219. SG, p. 395.
220. SG, p. 388.
221. SG, p. 393.
222. SG, p. 395. Cf. tamém p. 396.
223. SG, p. 340.
224. SG, pp. 396-397.
225. SG, p. 397.
226. SG, p. 400.
227. SG, p. 390.
228. SG, p. 272.
229. SG, p. 386.
230. SG, p. 406.
231. SG, p. 407.
232. SG, p. 210.
233. SG, p. 464.
234. SG, p. 464.
235. SG, p. 305.
236. «12º
Anmiversario do Plebiscito Galego», em ANT, nº. 462 (00/06/1948), p. 5.
237. «12º
Anmiversario do Plebiscito Galego», em ANT, nº. 462 (00/06/1948), p. 5.
238. SG, p. 225.
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